
As questões do Enem, que tratavam da relação entre a agronegócio e o meio ambiente, foram alvo de críticas por parte da Frente Parlamentar Agropecuária, da ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro e do Deputado Pedro Lupion
A bancada do agronegócio no Congresso Nacional solicitou, de forma urgente, ao Ministério da Educação (MEC) a manifestação sobre o tema e a anulação de três questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 por “desinformação”. O que chamou atenção na prova foram os ataques ao agronegócio, setor que é um dos responsáveis pelo desenvolvimento social e econômico do país.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) aguarda posicionamento urgente do governo federal brasileiro sobre questões de cunho ideológico e sem critério científico ou acadêmico dispostas no Exame Nacional do Ensino Médio, prova de admissão à educação superior, aplicada pelo Ministério da Educação no último domingo (5).
As questões, que tratavam da relação entre a agronegócio e o meio ambiente, foram alvo de críticas por parte de produtores rurais e representantes do setor. Ainda segundo a Nota da FPA, “o ENEM é um exame de avaliação do conhecimento. As perguntas são mal formuladas, de comprovação unicamente ideológica e permite que o aluno marque qualquer resposta, dependendo do seu ponto de vista. Anulação já!“
1. Negacionismo científico contra um setor que, além de trazer a segurança alimentar ao Brasil e ao mundo, é massificação de mentiras. O setor agropecuário representa toda a diversidade da agriculta: pequenos, médios e grandes. Somos um só e não aceitaremos a divisão para estimular conflitos agrários;
2. É inacreditável o governo federal se utilizar de desinformação em prova aplicada para quase 4 milhões de alunos brasileiros que disputam uma vaga nas universidades do Brasil;
3. A anulação das questões é indiscutível, de acordo com literaturas científicas sobre a atividade agropecuária no Brasil e no mundo, em respeito à academia científica brasileira;
4. Este é o único país do globo em que o seu próprio governo federal propaga desinformação sobre a principal atividade econômica e de produção de riqueza, renda e empregos. A serviço dos brasileiros? Vincular crimes à atividade legal é informação?;
5. A ineficiência do Estado Brasileiro está exposta. A vinculação de crimes à atividade legais no Brasil é um critério de retórica política para encobrir a ausência do Estado no desenvolvimento de políticas públicas eficientes e de combate a ilegalidades. Não permitiremos que a desinformação seja propagada de forma criminosa entre nossa sociedade, como foi feito durante os anos anteriores do governo atual;
Ações:
a) Requerimento de convocação do Ministro da Educação, Camilo Santana, para audiências na Câmara dos Deputados e Senado Federal;
b) Requerimento de informação ao Ministério da Educação sobre a banca organizadora do ENEM 2023 e referências bibliográficas utilizadas para a construção do exame;
c) Anulação das questões 89, 70 e 71 do ENEM 2023.
Dados oficiais:
A cadeia produtiva no Brasil movimentou R$ 2,63 trilhões em 2023, cerca de 24,4% do Produto Interno Bruto (PIB) Nacional (CEPEA/CNA);
Superávit de emprego e renda para 28 milhões de brasileiros, apenas no 1º trimestre deste ano, representando cerca de 27% do total de empregos no país. (CEPEA/CNA);
Sustentabilidade brasileira: território nacional possui 66,3% de áreas preservadas e de proteção à vegetação nativa, desses, 33,2%, ou seja, a metade, estão nas propriedades privadas brasileiras. Área de propriedades rurais é de 30,2%. (EMBRAPA).
Manifestação do Presidente da FPA sobre questão do Enem
O deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), atual presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), criticou nesta segunda-feira (6) a questão que tratou da “lógica do agronegócio” no Cerrado. Em uma postagem no X (antigo Twitter), ele considerou a abordagem da questão “gravíssima” e exigiu uma “manifestação urgente do governo federal”.
“Inaceitável! O que vimos na prova do ENEM neste domingo é GRAVÍSSIMO! Aguardo manifestação URGENTE do governo federal, em especial do ministro da Educação, Camilo Santana, sobre a falta de honestidade intelectual e ativismo ideológico. Fazer isso em uma avaliação que é porta de entrada das universidades brasileiras? Não aceitaremos este desserviço ao Brasil, às escolas e aos alunos deste país”, escreveu Lupion, que marcou a conta oficial da FPA na postagem.
Inaceitável! O que vimos na prova do ENEM neste domingo é GRAVÍSSIMO! Aguardo manifestação URGENTE do governo federal, em especial do @min_educacao @CamiloSantanaCE sobre a falta de honestidade intelectual e ativismo ideológico pic.twitter.com/SBUBVvkwMW— Pedro Lupion (@pedro_lupion) November 6, 2023
‘Vergonha’, disse a ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, Tereza Cristina, sobre Enem
A ex-ministra da Agricultura de Jaior Bolsonaro, a senadora Tereza Cristina (PP-MS), usou as redes sociais para criticar a prova desse domingo. “Além de tentar mais uma vez vilanizar o agro, o governo Lula 3, em seu primeiro Enem, dá uma aula sobre como formular mal uma pergunta, sem rigor conceitual ou factual. Conteúdo claudicante, além de ideologizado. Lamentável. Um desserviço à educação”, escreveu a ex-ministra.
Além de tentar mais uma vez vilanizar o agro, o governo Lula 3, em seu primeiro Enem, dá uma aula sobre como formular mal uma pergunta, sem rigor conceitual ou factual. Conteúdo claudicante, além de ideologizado. Lamentável. Um desserviço à educação. pic.twitter.com/Pf8bZutlWV— Tereza Cristina (@TerezaCrisMS) November 6, 2023
Em uma mensagem de áudio, a ex-ministra, que é coordenadora política da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) no Senado, classificou a questão do Enem como uma “vergonha”. “Uma pergunta tão obsoleta, velha e ideologizada como essa em uma prova do Enem. Coitado do Brasil. Que vergonha”, disse a senadora Tereza Cristina.
Enem 2023 e os ataques ao agronegócio
O enunciado da pergunta 89 afirma que, “no Cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio”. Adiante, o texto diz que “de um lado, o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos, como mecanismo de universalização de práticas agrícolas e de novas tecnologias, e de outro, o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado”.
Por fim, essa “lógica do agro” é associada a supostas consequências negativas, como a “‘pragatização’ dos seres humanos e não humanos, a violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”.
A resposta correta para a “territorialização da produção” é a letra a): “cerco aos camponeses, inviabilizando a manutenção das condições para a vida”. As demais alternativas propõem “desprezo ao assalariado”, “desrespeito aos governantes”, entre outras.

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