De acordo com uma matéria do NeoFeed, o BNDES deseja capitalizar o bom desempenho da JBS – fundada pela família Batista – na bolsa, cujas ações valorizaram 78,58% em um ano. A instituição, porém, nega rumores. E agora?
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltou ao centro das atenções nesta semana após uma série de rumores sobre a possível venda de parte de sua participação na JBS. As ações da companhia de alimentos, fundada pela família Batista, registraram uma valorização impressionante de 78,58% nos últimos doze meses, atingindo R$ 32,34 em 20 de setembro e elevando o valor de mercado da empresa para R$ 71,73 bilhões. Diante desse cenário, o BNDES estaria cogitando se desfazer de ações que podem render entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões. Contudo, o banco de fomento nega qualquer movimento oficial nesse sentido, gerando incertezas no mercado.
A nota foi uma resposta à informação veiculada pelo portal NeoFeed de que o banco estaria se preparando para vender ações da empresa fundado pela família dos irmãos Batista. Entretanto, o NeoFeed, por sua vez, manteve as informações publicadas.
O histórico de uma relação lucrativa da BNDES e JBS
Desde 2021, o BNDES vem reduzindo sua participação na JBS, tendo embolsado R$ 4,56 bilhões em dois grandes movimentos de venda de ações, o primeiro em dezembro de 2021 e o segundo em fevereiro de 2022. Apesar da polêmica e das críticas que cercam o relacionamento entre o banco público e a JBS, especialmente sobre os financiamentos que impulsionaram a expansão da companhia internacionalmente, o BNDES tem colhido lucros expressivos. Entre 2003 e 2011, o banco investiu R$ 8,1 bilhões na empresa e, até 2023, já havia recebido R$ 14,7 bilhões em vendas de ações e dividendos.
A relação entre o BNDES e a JBS remonta ao início da década de 2000, quando o banco foi peça-chave na estratégia de internacionalização da gigante alimentícia. Com recursos do banco de fomento, a JBS realizou aquisições importantes, como a Swift e o Grupo Bertin, consolidando sua posição como a maior processadora de proteínas do mundo. Entretanto, essa proximidade gerou suspeitas e investigações, principalmente no que diz respeito à transparência das operações.
Investigação e auditorias: a caixa-preta do BNDES
Em 2018, o BNDES contratou uma auditoria para investigar supostas irregularidades nos financiamentos concedidos à JBS entre 2005 e 2018. O resultado, divulgado em dezembro de 2019, concluiu que não havia evidências de corrupção ou suborno. No entanto, essa relação complexa com a companhia continua a ser objeto de especulação e críticas, especialmente no cenário político, com o ex-presidente Jair Bolsonaro prometendo “abrir a caixa preta” do banco quando assumisse o cargo.
A partir de 2021, o BNDES iniciou uma série de vendas de ações, reduzindo gradualmente sua participação. Atualmente, o banco detém 20,81% das ações da JBS, uma redução em comparação aos 22,17% que possuía em 2020. Agora, com as ações da JBS em alta, surgem novos questionamentos sobre os próximos passos do BNDES, que pode capitalizar o bom momento da companhia, mas enfrenta resistência quanto ao timing e à transparência dessas operações.

Mercado em expectativa: follow-on ou não?
De acordo com o portal NeoFeed, o BNDES teria contratado os bancos Citi e Santander para coordenar uma nova venda de ações, que estaria sendo planejada para o final de 2024. A oferta poderia render até R$ 10 bilhões ao banco de fomento, caso o movimento seja confirmado. Uma pessoa envolvida nas negociações afirmou que, apesar das conversas em andamento, “o martelo ainda não foi batido”, sugerindo que a decisão final sobre a venda pode ser adiada ou cancelada, dependendo das condições de mercado e da política interna do banco.
Em resposta às especulações, o BNDES publicou uma nota oficial negando qualquer iniciativa de venda de suas participações na JBS. O banco desautorizou “quaisquer supostas instituições financeiras mandatadas a falarem em seu nome”, gerando incertezas sobre o futuro das negociações. O mercado reagiu rapidamente à nota, com as ações da JBS registrando queda de 2,94% na abertura do pregão de 23 de setembro, cotadas a R$ 31,39.
“O BNDES desconhece qualquer iniciativa relacionada a vendas de suas participações na JBS por meio de oferta pública e desautoriza quaisquer supostas instituições financeiras mandatadas a falarem em seu nome”, comunicou o banco de fomento, em nota assinada pela assessoria de imprensa. A nota foi uma resposta à informação veiculada pelo portal NeoFeed de que o banco estaria se preparando para vender entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões em ações da empresa dos irmãos Batista.
O que esperar agora?
Embora o BNDES tenha negado os rumores, a expectativa no mercado continua alta. Com uma valorização significativa das ações da JBS e o histórico de vendas lucrativas, é provável que o banco continue monitorando o cenário para avaliar o melhor momento para realizar uma nova venda. No entanto, qualquer movimentação do BNDES nesse sentido terá que lidar com as pressões políticas e as críticas sobre sua relação de longa data com a JBS.
Para os investidores, a incerteza pode representar tanto risco quanto oportunidade, especialmente em um momento em que a JBS demonstra forte performance financeira e recuperação no mercado. Por outro lado, a negativa do BNDES reforça a cautela e pode indicar que o banco prefere aguardar um momento mais oportuno para novas movimentações. O fato é que, enquanto o martelo não for batido, o mercado continuará atento às oscilações e aos próximos passos do BNDES em relação à JBS.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.
Rastreabilidade avança no Brasil e estudo indica caminhos para ampliar sua adoção de forma inclusiva
Análise da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável mapeia desafios no Pará e propõe incentivos para acelerar a adaptação do setor.
Alerta Inmet: Chuva de 100 mm e ventos de 100 km/h com risco de descargas elétricas; veja onde
Aviso de Perigo emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia prevê chuva volumosa, rajadas intensas de vento e possibilidade de descargas elétricas entre os dias 7 e 8 de dezembro. Diversas regiões do país estão sob risco de alagamentos, queda de energia e danos estruturais.
Método transforma a biomassa – resíduo da indústria de celulose – em arma contra ervas daninhas
Tecnologia do INCT NanoAgro utiliza lignina Kraft para criar nanomateriais capazes de transportar herbicidas com mais precisão, reduzindo impactos ambientais e fortalecendo a economia circular
Morre um dos maiores nomes do rodeio na atualidade, o gigante touro Big Bank
Lenda da Universal Pro Rodeo, morre um dos maiores nomes do rodeio na atualidade, o gigante touro Big Bank; animal deixa legado de força, regularidade e números que o colocam entre os grandes da modalidade
Continue Reading Morre um dos maiores nomes do rodeio na atualidade, o gigante touro Big Bank
Fazenda Tapuio mira liderança ao dobrar produção de queijo de búfala até 2027
Situada em Taipu, a cerca de 50 quilômetros da capital Natal, uma fazenda opera atualmente com uma produção diária de 1,6 mil litros de leite e transforma esse volume em cerca de cinco toneladas de queijo bubalino semanalmente, totalizando aproximadamente 250 toneladas por ano
Continue Reading Fazenda Tapuio mira liderança ao dobrar produção de queijo de búfala até 2027
Zé Neto compra picape Ford F-450 Platinum por R$ 1,5 milhão, a primeira do Brasil; vídeo
Cantor sertanejo Zé Neto adquire modelo inédito no Brasil, a picape Ford F-450 Platinum com motor V8 de 500 cv, rodas personalizadas e quase 7 metros de comprimento; picape foi trazida da Flórida por importadora especializada





