Boi-China segue a R$ 325/@; O que esperar para o boi gordo pós Dia das Mães?

Demanda aquecida na semana do Dia das Mães impulsiona cortes nobres e mantém preços estáveis nas principais praças, mas consumo pode recuar na segunda quinzena de maio; Como deve ficar arroba do boi gordo?

Com a proximidade do Dia das Mães, celebrado neste domingo (11/5), o mercado de carne bovina apresentou sinais de firmeza na reta final da semana. Segundo a Agrifatto, a data comemorativa impulsionou a procura por cortes nobres, como filé mignon, alcatra, picanha e contra filé, o que resultou em maior volume de pedidos do varejo e estabilidade nas cotações do boi gordo em diversas praças.

A movimentação positiva no varejo, no entanto, tende a perder força a partir da próxima semana. A expectativa é de uma redução sazonal do consumo doméstico de carne bovina, influenciada pelo esgotamento dos salários no fim do mês e pelo retorno da preferência por cortes mais baratos.

Além disso, a maior oferta de boiadas de pasto neste fim de safra pode elevar a disponibilidade de animais prontos para o abate, cenário que historicamente pressiona os preços da arroba durante o mês de maio.

Estabilidade nas praças e cotações do boi-China em destaque

Apesar das pressões baixistas, os preços da arroba se mantiveram estáveis nesta sexta-feira (9/5). De acordo com a Agrifatto, o boi gordo “comum” segue cotado a R$ 315/@ no mercado paulista, enquanto o “boi-China” é negociado a R$ 325/@. Nas 17 praças monitoradas, não houve alteração nos preços.

Levantamento da Scot Consultoria também confirma os números:

  • Boi gordo em São Paulo: R$ 318/@
  • Vaca gorda: R$ 285/@
  • Novilha gorda: R$ 303/@
  • Boi-China: R$ 323/@
    (Todos os valores são brutos e com prazo.)

No mercado futuro, o cenário de incertezas permanece. O contrato de outubro/25 na B3 encerrou a quinta-feira (8/5) a R$ 336,15/@, com queda de 1%.

Escalas de abate alongadas reforçam pressão no preço do boi gordo pelas indústrias

As escalas de abate avançaram para 10 dias úteis na média nacional, o maior nível desde dezembro de 2024. Apesar disso, seguem abaixo do patamar de um ano atrás, quando chegaram a 11 dias.

Destaques regionais:

  • Mato Grosso: avanço de 2 dias, alcançando 9 dias úteis
  • São Paulo: alta de 1 dia, atingindo 11 dias
  • Paraná, Goiás e Pará: recuo de 1 dia útil cada
  • Rondônia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Tocantins: estabilidade

Essa programação confortável tem levado muitas indústrias a se manterem fora das compras, aguardando melhores oportunidades, segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado. Ele destaca ainda que o aumento da oferta de fêmeas no Norte amplia a pressão no curto prazo, embora o ritmo forte das exportações atue como fator de sustentação.

Carne bovina volta a subir no IPCA de abril

De acordo com o IBGE, o IPCA subiu 0,43% em abril, maior alta para o mês desde 2023. A carne bovina registrou alta de 0,39%, revertendo a queda de 1,8% em março. Destaques entre os cortes:

  • Peito bovino: +2,41%
  • Lagarto redondo: +2,18%

Entre as demais proteínas:

  • Frango em pedaços: +1,90%
  • Leite longa vida: +1,71%
  • Ovo de galinha: -1,29% (após dois meses de alta; +28,12% no acumulado do ano)

Cotações médias do boi gordo por estado

  • São Paulo: R$ 312,58/@
  • Goiás: R$ 294,64/@
  • Minas Gerais: R$ 299,12/@
  • Mato Grosso do Sul: R$ 306,48/@
  • Mato Grosso: R$ 312,81/@

Mercado atacadista e consumo na segunda quinzena

No atacado, os preços seguem acomodados. O quarto traseiro está cotado a R$ 24,00/kg, o dianteiro a R$ 19,50/kg, e a ponta de agulha a R$ 18,00/kg.

Para a segunda quinzena de maio, a tendência é de consumo mais comedido e migração para proteínas mais acessíveis, como carne de frango, ovos e embutidos.

Dólar encerra semana em leve queda

O dólar comercial encerrou a sexta-feira em baixa de 0,12%, negociado a R$ 5,6541 para venda. No acumulado semanal, a moeda norte-americana recuou 0,01%.

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