A forte demanda da exportação de carne bovina e a dificuldade dos frigoríficos em compor suas escalas de abate, são uma combinação de fatores que mantém o pecuarista otimista com boi gordo a R$ 350/@ no horizonte.
O mercado do boi gordo segue apresentando alta em 2025, impulsionado pela forte demanda de exportação e pela dificuldade dos frigoríficos em compor suas escalas de abate, que permanecem entre três e seis dias úteis na média nacional. Essa combinação de fatores mantém o setor otimista, apesar dos desafios no consumo doméstico, o boi gordo a R$ 350/@ segue no horizonte dos pecuaristas.
De acordo com Fernando Henrique Iglesias, consultor da Safras & Mercado, o Brasil se consolida como a principal alternativa global para o fornecimento de carne bovina, destacando-se frente aos concorrentes. As exportações de carne bovina in natura somaram 66,4 mil toneladas nos primeiros sete dias úteis de janeiro, com média diária de 9,5 mil toneladas – um crescimento de quase 15% em relação ao mesmo período de 2024.
Além do aumento no volume exportado, o valor médio da carne bovina embarcada também subiu, atingindo US$ 5.058 por tonelada, um avanço de 11,8% em relação ao início do ano anterior, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Essa recuperação nos preços contribui para manter a arroba valorizada no mercado interno.
Dificuldade nas escalas e alta nas cotações
Os frigoríficos continuam enfrentando desafios para ampliar suas escalas de abate, o que reflete diretamente nos preços médios da arroba. Confira as cotações atualizadas:
- São Paulo: R$ 335,00/@ (leve alta em relação ao dia anterior, de R$ 334,00)
- Minas Gerais: R$ 320,00/@ (estável)
- Goiás: R$ 322,00/@ (alta frente aos R$ 319,82 anteriores)
- Mato Grosso do Sul: R$ 325,00/@ (ante R$ 324,20)
- Mato Grosso: R$ 317,00/@ (ligeira alta em relação aos R$ 316,82 anteriores)
O boi padrão exportação, conhecido como “boi-China”, mantém uma cotação média de R$ 335/@ em São Paulo, reforçando o papel da exportação na sustentação dos preços.
Mercado interno enfrenta limitações
Apesar do bom desempenho das exportações, o mercado doméstico enfrenta barreiras devido ao baixo poder de compra da população, que limita aumentos mais expressivos nos preços da carne bovina. O mercado atacadista, no entanto, segue com preços ajustados:
- Quarto traseiro: R$ 26,75/kg
- Quarto dianteiro: R$ 18,50/kg (alta de R$ 0,50)
- Ponta de agulha: R$ 18,50/kg
A carcaça casada está sendo negociada com valores abaixo dos da semana anterior, evidenciando menor liquidez no varejo.
Clima e oferta de animais restringem o mercado
Outro fator que pesa sobre o mercado físico do boi gordo é a oferta limitada de animais prontos para abate. Condições climáticas adversas, como chuvas irregulares e ataques de lagartas às pastagens, têm dificultado o manejo em várias regiões do país. Adicionalmente, muitos confinadores reduziram as entregas de animais no início do ano, o que impacta ainda mais a disponibilidade de gado.
A expectativa de aumento na oferta de boi gordo nas próximas semanas, como inicialmente projetado, foi revisada. Segundo a Agrifatto, a atual restrição na oferta tem levado à diminuição dos abates e à valorização antecipada da arroba.

Perspectivas para o mercado do boi gordo
O início da segunda quinzena de janeiro, tradicionalmente marcado por redução no consumo doméstico, não foi suficiente para derrubar os preços do boi gordo, graças ao suporte oferecido pela exportação. A manutenção do ritmo acelerado de embarques e a restrição de oferta no mercado interno apontam para uma possível valorização da arroba rumo aos R$ 350/@ no curto prazo.
Em resumo, o mercado do boi gordo inicia 2025 com sinais positivos, principalmente para exportadores e pecuaristas com animais prontos para abate. No entanto, o desempenho do consumo interno e as condições climáticas seguirão como variáveis-chave para determinar o comportamento dos preços ao longo do ano.
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