Boi gordo abre a semana com preços mistos e pressão de baixa; veja as cotações pelo país

Enquanto algumas regiões seguram os valores da arroba do boi gordo, outras registram quedas, refletindo o compasso de espera entre frigoríficos e pecuaristas

O mercado físico do boi gordo iniciou a semana com movimentações discretas e preços mistos, refletindo o atual cenário de incertezas entre os elos da cadeia pecuária. Frigoríficos cautelosos e produtores resistentes aos preços baixos compõem um quadro de indefinição, em que algumas praças mantêm estabilidade, enquanto outras acusam queda nas cotações.

De acordo com a consultoria Agrifatto, das 17 praças monitoradas no dia 7 de julho, 7 apresentaram retração nos preços da arroba, incluindo São Paulo, Acre, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Rondônia e Santa Catarina. Nas demais regiões, os valores permaneceram estáveis, com o boi comum paulista cotado a R$ 310/@ e o boi-China a R$ 315/@.

Frigoríficos afastados e escalas confortáveis

Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, parte das indústrias se manteve fora das compras neste início de semana, avaliando o melhor momento para voltar ao mercado. Um dos fatores é a relativa folga nas escalas de abate, que estão, em média, entre 7 e 9 dias úteis.

Outro ponto de atenção é a oferta de animais terminados em confinamento, que começa a ganhar peso neste período e pode influenciar na pressão de baixa. Contudo, a resistência dos pecuaristas em aceitar os valores ofertados tem segurado parte das negociações.

Cotações do boi gordo por estado

Confira as médias da arroba registradas:

  • São Paulo: R$ 310,33
  • Goiás: R$ 290,89
  • Minas Gerais: R$ 299,12
  • Mato Grosso do Sul: R$ 310,68
  • Mato Grosso: R$ 314,73

Na média geral das 17 praças acompanhadas pela Agrifatto, o preço caiu para R$ 295,65/@.

Atacado e varejo com sinais de recuperação

Apesar da pressão no campo, o mercado atacadista e varejista demonstrou movimentação positiva com a entrada dos salários na economia. Segundo a Agrifatto, as vendas de carne bovina no varejo foram expressivas no final de semana, com bom desempenho na distribuição e baixas devoluções.

Iglesias também aponta que o consumo interno ainda prioriza proteínas mais acessíveis, como a carne de frango. No atacado:

  • Quarto traseiro: R$ 23/kg
  • Dianteiro: R$ 18,50/kg
  • Ponta de agulha: R$ 18,00/kg

Exportações em ritmo acelerado

No cenário externo, as exportações de carne bovina seguem fortes em 2025. De janeiro a junho, o Brasil embarcou 1,54 milhão de toneladas, um aumento de 13,53% em relação ao mesmo período de 2024, sendo o maior volume semestral da história. Apenas em junho, os embarques cresceram 23,82% na comparação anual, alcançando 285,65 mil toneladas.

O preço médio da tonelada exportada subiu 11,9%, chegando a US$ 4.743, e os envios à China somaram 134 mil toneladas, com receita de R$ 4,09 bilhões, 24,7% acima de maio.

O que esperar para os próximos dias?

A expectativa da Agrifatto para o curto prazo é de continuidade da resistência dos pecuaristas, com frigoríficos apostando em contratos a termo e em lotes confinados. Já no médio prazo, a redução da oferta de fêmeas e a demanda interna e externa aquecida devem atuar como fatores de sustentação dos preços do boi gordo.

A consultoria prevê manutenção de preços firmes nas negociações previstas para o fim desta semana, impulsionadas pelo bom ritmo de vendas na primeira quinzena do mês.


Resumo do mercado:

  • Pressão de baixa em 7 de 17 praças
  • Escalas de abate confortáveis para os frigoríficos
  • Varejo com bom desempenho estimula reposição
  • Exportações em alta garantem fôlego ao mercado
  • Expectativa de estabilidade ou valorização no médio prazo

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