
Mercado do boi gordo registra pressão negativa em São Paulo, mas exportações firmes ajudam a sustentar valores em outras regiões do país
O mercado físico do boi gordo iniciou a semana em ritmo de acomodação e movimentos distintos entre as praças pecuárias. Enquanto em alguns estados os preços se mantiveram estáveis, em São Paulo a arroba apresentou queda diante de maior disponibilidade de animais prontos para o abate. Por outro lado, as exportações continuam aquecidas, servindo de sustentação para o setor.
Segundo a Scot Consultoria, nesta segunda-feira (8/9), o boi gordo sem padrão-exportação e o chamado “boi-China” recuaram R$ 3/@, fechando o dia cotados a R$ 312/@ e R$ 317/@, respectivamente, valores brutos a prazo.
A retração ocorreu em meio a escalas de abate alongadas, que chegaram a até nove dias em média nacional, conforme levantamento da Agrifatto.
Apesar da entrada da massa salarial, que tradicionalmente melhora o consumo interno no início do mês, a recuperação da demanda doméstica não foi suficiente para sustentar os preços no estado paulista.
Exportações seguem firmes e impulsionam outras praças
Se por um lado São Paulo mostrou retração na arroba do boi gordo, em outras regiões o cenário é de maior firmeza. O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, destaca que as exportações continuam sendo o grande motor de sustentação da arroba, com destaque para embarques destinados à China e ao México .
As cotações no início da semana foram as seguintes:
- São Paulo: R$ 311,42/@
- Goiás: R$ 303,57/@
- Minas Gerais: R$ 298,24/@
- Mato Grosso do Sul: R$ 319,89/@
- Mato Grosso: R$ 309,66/@
Esses números refletem um mercado que, mesmo pressionado pela maior oferta, encontra nas exportações um fator limitador para quedas mais intensas.
Atacado mostra firmeza
No mercado atacadista, os preços também se mantêm positivos. O quarto traseiro segue cotado a R$ 24/kg, o dianteiro a R$ 18,10/kg e a ponta de agulha a R$ 17,10/kg. A expectativa é de que a primeira quinzena do mês registre maior consumo devido ao pagamento de salários, o que pode ajudar a equilibrar o mercado.
Balanço das exportações
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até os cinco primeiros dias úteis de setembro o Brasil exportou 78,3 mil toneladas de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada, com receita de US$ 435,2 milhões. Na comparação com o mesmo período de 2024, houve crescimento de 60,9% no valor médio diário exportado, além de alta de 30,8% na quantidade embarcada .
O preço médio da tonelada atingiu US$ 5.555,40, reforçando a atratividade do produto brasileiro no mercado internacional.
Futuro e perspectivas para o boi gordo
No mercado futuro, os contratos da B3 apresentam movimentos distintos. O vencimento de setembro/25 recuou 1,92%, para R$ 310,85/@, refletindo a pressão de maior disponibilidade de animais. Já para os meses mais longos, como dezembro/25, houve valorização de 0,26%, encerrando a semana em R$ 331,75/@ .
Especialistas apontam que o setor caminha em um cenário de curto prazo desafiador, com pressão da oferta, mas de médio e longo prazos otimistas, diante da expectativa de uma nova fase de alta do ciclo pecuário em 2026.
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