
Alguns fatores vêm mostrando que os pecuaristas deixaram pra trás o “fantasma” da baixa e, agora, com a exportação aquecida, o câmbio firme e uma oferta mais cadenciada, o mercado do boi gordo vem aquecendo gradualmente
O mercado físico do boi gordo volta a se deparar com preços ligeiramente mais altos em determinadas praças pecuárias do país no fechamento da semana. Alguns fatores vêm mostrando que os pecuaristas deixaram pra trás o “fantasma” da baixa e, agora, com a exportação aquecida, o câmbio firme e uma oferta mais cadenciada, o mercado do boi gordo vem aquecendo gradualmente e, conforme anunciado pelo Portal, o pecuarista deve encontrar preços de R$ 250-255/@ como teto da entressafra do boi.
Esse “aquecimento dos motores”, está resultando em um aumento nos preços da arroba, relatam os analistas da Scot Consultoria e Agrifatto, acrescentando que tal avanço ocorre ainda de maneira comedida, mas o suficiente para “espantar o fantasma da baixa”. Em resposta a esse cenário no mercado do boi gordo, as escalas de abate sofreram redução significativa, segundo levantamento da Agrifatto.
Portanto, continuou a Agrifatto, “a maioria dos estados apresentaram recuo nas escalas de abate. As escalas de abates recuaram para 10 dias na média nacional. Há exatamente um mês atrás, essa mesma
média indicava para 13 dias de programações. Essa redução das escalas tem levado a indústria a reajustar o preço ofertado no balcão para conseguir captar mais negócios.”
Um dos destaques da semana foi Minas Gerais, com queda de 2 dias úteis perante a semana passada, as programações de abate ficaram em 11 dias úteis, menor patamar registrado desde a primeira quinzena de maio, apontou a Agrifatto
“O mercado segue propenso à alta dos preços em estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, onde as escalas de abate estão mais apertadas”, disse o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
De acordo com ele, a movimentação cambial oferece excelente perspectiva para as exportações de carne bovina. A aceleração da desvalorização monetária oxigena as receitas de exportação no momento da conversão. Isso faz com que a carne bovina brasileira fique mais atrativa frente aos seus principais concorrentes. Reflexo disso é mostrado no maior volume de carne embarcada para a China, principal destino da carne brasileira.
Na avaliação do zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria, a exportação aquecida, o câmbio firme e uma oferta mais cadenciada colaboraram para a firmeza nos preços do boi gordo. “Para a virada de mês e primeira semana de julho, a perspectiva é de manutenção do cenário atual”, prevê Fabbri.
Segundo relatório diário da Scot, a arroba do boi está cotada em R$220,00, a da vaca em R$195,00 e a da novilha em R$212,00, preços brutos e a prazo. O “boi China” está cotado em R$225,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$5,00/@.

Mercado Futuro do boi gordo
Na bolsa de valores (B3), o contrato futuro de boi gordo de curto prazo (com vencimento em junho/24) terminou a sessão de quinta-feira (27/6) valendo R$ 225,25/@, um recuo de 0,24% sobre o dia anterior. Por sua vez, o contrato para entrega em outubro/24 (pico da entressafra) encerrou a sessão com leve desvalorização de 0,08%, precificado em R$ 246,55/@.
Segundo a Agrifatto, o volume de contratos em aberto (futuros + opções) de boi gordo na B3 vem aumentando desde o início de maio deste ano e, durante esta semana, passou por mais um avanço nos registros, totalizando 121,49 mil contratos. “Este volume representa um incremento de 5,12% em relação à semana anterior, renovando a máxima de 2024”, relata a Agrifatto. O “motor” dos aumentos foram os contratos futuros, com acréscimo de 7,39%, enquanto o volume de opções aumentou 4,19% em relação à semana anterior.
Escalas de abate do boi gordo, segundo a Agrifatto
- Mato Grosso seguiu a mesma tendência, apresentando declínio de 2 dias úteis em comparação a semana passada e encerrando o período com 11 dias úteis, mesmo nível observado em 31/05/2024.
- O Pará fechou a semana com recuo de 2 dias úteis na programação de abate, sendo assim suas escalas ficaram em 12 dias úteis.
- O Tocantins, apresentou um recuo de 2 dias úteis nas suas programações de abate fechando a semana em 9 dias úteis.
- Rondônia, registrou queda de 1 dia útil nas suas programações de abate e com isso encerrou a semana com 13 dias úteis.
- Quem também apresentou queda de 1 dia útil em suas escalas foi o Paraná, fechando a semana em 7 dias úteis.
- São Paulo, também registrou recuo de 1 dia útil no comparativo semanal, registrando 11 dias úteis nas suas programações de abate.
- Por fim, Mato Grosso do Sul e Goiás, apresentaram estabilidade entre as semanas, fechando o período em 8 dias úteis.

Carne bovina no atacado
O atacado segue com preços acomodados para a carne bovina. Segundo Iglesias, o período de virada de mês ainda reserva boa perspectiva de retomada do movimento de alta, com a entrada dos salários na economia motivando a reposição entre atacado e varejo. “O mercado estará mais mais propenso a alta também em função da posição dos estoques, com menor volume de produto se comparado ao último período de virada de mês”, afirma Iglesias.
O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 17,00 por quilo. A ponta de agulha segue precificada a R$ 12,50 por quilo. O quarto dianteiro permanece no patamar de R$ 12,50, por quilo.
Câmbio brasileiro
O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 1,50%, sendo negociado a R$ 5,5906 para venda e a R$ 5,5886 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,4833 e a máxima de R$ 5,5981.
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