
Semana encerrou com sinais claros de recuperação nos preços do boi gordo, refletindo um movimento de alta impulsionado por ajustes nas escalas de abate e demanda externa aquecida.
O mercado físico do boi gordo encerrou a semana com sinais claros de recuperação nos preços, refletindo um movimento de alta impulsionado por ajustes nas escalas de abate e demanda externa aquecida. Ao longo desta semana encerrada em 7 de março, apesar de encerrar com viés de alta sendo confirmado com tentativas de compras acima da referência média, cabe lembrar que o pecuarista enfrentou novas desvalorizações nas praças pecuárias.
Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, o que se observa é um aumento na demanda por animais que atendem aos requisitos de exportação para a China, o que tem reduzido a oferta de machos no mercado e fortalecido as cotações.
Embora a oferta de fêmeas ainda esteja presente, ela está mais direcionada às indústrias que operam no mercado doméstico. “A melhora dos preços da carne durante a semana é outro elemento que pode oferecer suporte à valorização da arroba”, avalia Iglesias.
Cotações do boi gordo em São Paulo
Os preços do boi gordo no estado de São Paulo mostram uma reação significativa:
- Na quinta-feira (6/3), o Indicador CEPEA atingiu R$ 309,70/@, um patamar que não era registrado desde dezembro de 2024.
- Nesta sexta-feira (7/3), o mesmo indicador superou os R$ 311,65/@.
Raphael Galo, colunista do informativo Boi & Companhia, da Scot Consultoria, ressalta que desde 16 de outubro de 2024 o boi gordo paulista não era negociado abaixo dos R$ 300/@. Antes disso, os pecuaristas passaram 501 dias vendendo seus lotes por valores inferiores a esse patamar.
Giro do boi gordo pelas praças pecuárias do país
- São Paulo: R$ 311,00/@
- Goiás: R$ 291,00/@
- Minas Gerais: R$ 308,00/@
- Mato Grosso do Sul: R$ 295,00/@
- Mato Grosso: R$ 298,00/@
O que esperar dos contratos futuros?
Apesar do otimismo no mercado físico, os contratos futuros para o boi gordo já apresentam sinais de alerta. Segundo Galo, alguns vencimentos para entrega ainda este ano estão sendo negociados abaixo dos R$ 300/@. Ele recomenda que os pecuaristas utilizem ferramentas de hedge para proteção de preços na B3. “Ninguém compra reposição ou fecha gado no cocho esperando vender a preços menores do que o custo de compra”, alerta o analista.
Mercado atacadista e consumo interno
No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem firmes, com expectativas de novas valorizações a curto prazo. A entrada dos salários na economia é um fator que tradicionalmente impulsiona a reposição de estoques entre atacado e varejo.
Mesmo com esse movimento, o consumidor ainda prioriza cortes mais acessíveis, como carne de frango, ovos e embutidos. Os preços dos cortes bovinos seguem assim:
- Quarto traseiro: R$ 24,50/kg
- Quarto dianteiro: R$ 18,00/kg
- Ponta de agulha: R$ 17,00/kg
Câmbio e impactos no setor
O dólar comercial fechou a semana com alta de 0,51%, cotado a R$ 5,7886 para venda. Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 5,7537 e R$ 5,8002, com uma desvalorização acumulada de 2,14% na semana.
A recente pressão baixista observada no início de fevereiro e março foi impulsionada por um alto volume de fêmeas abatidas e uma fraca demanda no varejo, que resistiu à alta dos preços. Entretanto, com a redução da oferta de machos e a firmeza do mercado atacadista, os preços retomaram uma tendência de alta.
O mercado do boi gordo entra em um momento de recuperação, impulsionado pela redução na oferta de machos e pela demanda firme da China. A resistência dos preços no atacado também sustenta esse movimento. Entretanto, os contratos futuros indicam que o mercado pode enfrentar desafios mais à frente, tornando fundamental que os pecuaristas adotem estratégias de proteção para garantir margens sustentáveis no longo prazo.
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