Boi gordo decola e volta a superar R$ 310/@ em importante praça; veja qual

Alta nos preços do boi gordo é impulsionada por oferta enxuta, expectativa de consumo e exportações recordes de carne bovina

O mercado do boi gordo segue aquecido e registrou mais uma valorização expressiva no início de agosto. De acordo com levantamento da Scot Consultoria, o “boi-China” voltou a ser negociado acima dos R$ 310/@ na praça de São Paulo, após uma sequência de altas nos últimos dias. A cotação reflete não apenas a redução na oferta de animais prontos para abate, mas também a forte expectativa de consumo interno no início do mês e o desempenho recorde das exportações brasileiras de carne bovina.

Segundo o levantamento publicado no dia 6 de agosto pelas principais consultorias, a cotação do boi gordo “comum” chegou a R$ 305/@, enquanto o “boi-China” foi negociado a R$ 310/@, em valores brutos e a prazo. A novilha subiu para R$ 287/@ e a vaca gorda foi precificada em R$ 278/@, com altas diárias de até R$ 5 por arroba em alguns casos.

A oferta enxuta de animais terminados tem contribuído para a firmeza nas cotações. Muitos pecuaristas ainda optam por segurar os lotes à espera de preços melhores para o boi gordo, o que reduz a disponibilidade e fortalece o poder de barganha na negociação com frigoríficos.

O Indicador do Boi Gordo CEPEA/ESALQ para o estado de São Paulo registrou R$ 304,30/@ em 06/08/2025, com uma alta diária de 1,10% e avanço de 3,38% no mês. Em dólar, o valor da arroba já atinge US$ 55,70, refletindo também o câmbio favorável para as exportações brasileiras.

Expectativas positivas com o Dia dos Pais

De acordo com análise de Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, o ambiente de negócios segue favorável a novos reajustes no mercado do boi gordo no curto prazo. Um dos principais fatores de estímulo ao consumo é a proximidade do Dia dos Pais, o que aumenta a reposição ao longo da cadeia produtiva, especialmente no varejo e atacado.

O quarto dianteiro foi cotado a R$ 17,80/kg, com alta de R$ 0,30, e a ponta de agulha a R$ 17,00/kg, enquanto o quarto traseiro segue em R$ 22,40/kg, mostrando leve reação também no mercado atacadista.

Exportações em ritmo acelerado

As exportações de carne bovina seguem em ritmo forte. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 276,8 mil toneladas em julho, com receita de US$ 1,536 bilhão, o que representa uma alta de 46,9% no valor médio diário comparado a julho de 2024. O preço médio da tonelada também subiu para US$ 5.551, um incremento de 25,9% no período.


Panorama do boi gordo nas principais praças (06/08/2025)

PraçaPreço médio (R$/@)
São Paulo306,58
Mato Grosso do Sul310,75
Minas Gerais295,29
Goiás292,14
Mato Grosso298,51
Fonte: Canal Rural / CEPEA / Scot Consultoria

A conjunção de oferta restrita, expectativa de consumo aquecido e bom desempenho nas exportações reforça a tendência de alta nas cotações do boi gordo, com São Paulo se destacando como praça de referência ao ultrapassar novamente a barreira dos R$ 310/@ para o boi-China. O cenário é favorável ao produtor, mas exige atenção às movimentações do mercado internacional e ao comportamento da demanda doméstica nas próximas semanas.

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