Boi gordo deixa R$ 340/@ para trás e pecuaristas almejam preço de R$ 350/@

O aumento reflete, em grande parte, a demanda elevada dos frigoríficos exportadores e as escalas de abate curtas, que atualmente estão entre quatro e cinco dias úteis na média nacional. Boi gordo a R$ 350/@ vai chegar ainda esse mês?

O mercado físico do boi gordo apresentou valorização significativa ao longo desta terça-feira (12), com o preço da arroba em São Paulo ultrapassando R$ 340 e aproximando-se dos R$ 350, valor almejado por muitos pecuaristas, embora ainda não concretizado. O aumento reflete, em grande parte, a demanda elevada dos frigoríficos exportadores e as escalas de abate curtas, que atualmente estão entre quatro e cinco dias úteis na média nacional.

Escalas de Abate Encurtadas e Pressão do Dólar

O cenário de alta nos preços se deve, em parte, às escalas de abate reduzidas. A oferta limitada de animais aptos para o abate torna difícil para os frigoríficos alongar suas programações. Esse fator aumenta a pressão para garantir o abastecimento, principalmente considerando que frigoríficos exportadores estão agressivos nas compras devido ao câmbio favorável, que estimula as exportações.

O dólar comercial encerrou a sessão com alta de 0,05%, cotado a R$ 5,7730 para venda, e essa valorização da moeda norte-americana tende a manter o cenário positivo para exportações de carne bovina.

Evolução dos Preços do Boi Gordo e as Demandas do Mercado Interno

A Scot Consultoria apontou que o boi comum e o boi-China (este último com padrões específicos para exportação) registraram elevações, respectivamente, de R$ 2 e R$ 5 por arroba, com o boi-China alcançando R$ 340/@. Em São Paulo, pecuaristas expressam o desejo de que a arroba atinja R$ 350, mas até o momento as negociações não se concretizaram nesse patamar.

A situação no mercado atacadista também se apresenta positiva, com uma boa demanda na primeira quinzena do mês. De acordo com o analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, os preços atacadistas tendem a seguir firmes no curto prazo, impulsionados pela sólida demanda.

Concorrência com a Carne de Frango e os Preços das Peças

Apesar do crescimento na procura por carne bovina, a carne de frango se mantém competitiva. A população brasileira, em muitos casos, busca alternativas mais baratas, o que torna a carne de frango uma opção viável, especialmente em tempos de poder aquisitivo reduzido.

Quanto aos cortes bovinos, o quarto dianteiro está precificado a R$ 19,50 por quilo, o quarto traseiro a R$ 24,00 e a ponta de agulha a R$ 18,20. Estes valores refletem uma acomodação nos preços, mas espera-se que, na ausência de oferta de animais para abate, os preços possam aumentar novamente.

Expectativa para os Contratos Futuros

No mercado futuro, a arroba do boi gordo com vencimento em novembro de 2024 registrou valorização, sendo cotada a R$ 334,45, um aumento de 0,60% no dia. Já o contrato para janeiro de 2025 ficou praticamente estável, encerrando a R$ 325,40.

Em São Paulo, as categorias de vaca e novilha gordas também viram aumento nos preços, com elevações de R$ 3/@, alcançando R$ 310/@ e R$ 320/@, respectivamente. Essa alta reflete o aumento na demanda e a perspectiva de continuidade do movimento de valorização no curto prazo.

Perspectivas do Setor

A expectativa de que a arroba chegue a R$ 350 tem gerado otimismo entre pecuaristas e agentes do setor, mas o mercado ainda resiste a esse nível, com transações permanecendo abaixo desse valor. No entanto, a conjuntura de alta demanda, câmbio favorável e oferta limitada sugere que esse patamar pode ser alcançado em breve, desde que as condições de mercado continuem a pressionar para cima.

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