Boi gordo dispara em importantes praças – acima de R$ 331/@ – e frigoríficos sentem pressão

Recuo nas escalas de abate, demanda interna aquecida e exportações firmes impulsionam valorização da arroba do boi gordo em estados como Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais.

O mercado físico do boi gordo voltou a registrar alta nas principais praças pecuárias do país, refletindo um cenário de demanda firme e oferta limitada. A valorização da arroba tem sido observada em estados como Mato Grosso do Sul, que agora se aproxima das cotações praticadas em São Paulo, tradicional referência nacional. Os movimentos são puxados por fatores conjunturais como a escassez de animais prontos para o abate, aumento da competição entre frigoríficos e expectativa de maior consumo com a chegada do final do ano.

De acordo com o Indicador Boi Datagro, os preços seguem trajetória de alta. Nesta terça-feira (4), Mato Grosso do Sul alcançou R$ 321,11/@, encostando no valor de R$ 322,98/@ praticado em São Paulo . Segundo Beatriz Bianchi, analista da Datagro, a maior concorrência entre os frigoríficos e a redução das escalas de abate explicam esse movimento. “A oferta de boi gordo começa a apresentar sinais de retração, com queda na disponibilidade de fêmeas, fator já esperado pelo período do ano com a chegada da estação de monta”, afirmou.

Dados da Agrifatto mostram que seis das 17 praças monitoradas apresentaram valorização no dia 4 de novembro, incluindo Acre, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul . A consultoria reforça que o volume de negócios fechados nos últimos dias não tem sido suficiente para alongar as escalas de abate, que seguem curtas, com média nacional de apenas sete dias úteis.

Cotações médias do boi gordo nas principais regiões

Segundo a consultoria Safras & Mercado, o mercado físico está em alta e deve manter esse comportamento no curto prazo, principalmente entre frigoríficos de menor porte. Os dados mostram que:

  • São Paulo: R$ 324,75/@
  • Goiás: R$ 315,54/@
  • Minas Gerais: R$ 310,29/@
  • Mato Grosso do Sul: R$ 331,14/@
  • Mato Grosso: R$ 305,88/@ 

Além disso, os preços no atacado seguem firmes:

  • Quarto traseiro: R$ 25/kg
  • Quarto dianteiro: R$ 18,50/kg
  • Ponta de agulha: R$ 17,50/kg

Exportações aquecidas e 13º salário impulsionam demanda

O mercado é beneficiado por dois grandes vetores: a exportação em ritmo acelerado, especialmente para a China, e o consumo doméstico impulsionado pelas festas de fim de ano e pagamento do 13º salário. “Mesmo com o poder de compra um pouco mais apertado, ainda há fôlego com o final do ano, bonificações e as confraternizações”, explica Beatriz Bianchi .

Já Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, ressalta que “as exportações são o grande destaque de 2025, com ritmo acelerado de embarques, mas a demanda doméstica também tem seus predicados, garantindo fôlego aos preços da carne no atacado” .

Boi-China e mercado futuro do boi gordo

Segundo levantamento da Scot Consultoria, o “boi-China” — animal com padrão para exportação — foi negociado a R$ 322/@ em São Paulo, enquanto o boi comum foi cotado a R$ 317/@. A vaca gorda ficou em R$ 295/@ e a novilha terminada em R$ 310/@ .

No mercado futuro, o contrato com vencimento em novembro/25 fechou a R$ 332,20/@, registrando alta de 0,97% no dia 3 de novembro, sinalizando otimismo dos agentes em relação à continuidade das altas no curto prazo .

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