Boi gordo “embarca no foguete” e preço vai subir

O mercado do boi gordo abriu o mês de agosto conforme esperado, com valorização na cotação da arroba e, segundo analistas, os preços devem seguir mais altos nesta primeira quinzena!

Uma coisa é fato: a expectativa de preços mais altos na primeira quinzena de agosto, vem se concretizando. O mercado físico do boi gordo registrou preços de estáveis a mais altos nesta segunda-feira, 01, a depender da categoria, praça e sexo dos animais. De forma generalizada, o dia foi de queimar a escala de abate e, com isso, os frigoríficos ainda avaliam as melhores estratégias para compra de boiadas.

Como de costume, principalmente diante de uma semana tão importante para o consumo interno, a semana iniciou com alguns frigoríficos ausentes da compra de gado, ainda avaliando as melhores estratégias de aquisição de boiadas para o curto prazo. Por outro lado, os pecuaristas seguem buscando melhores ofertas e cadenciando a venda dos animais, de olho nos custos de produção que subiram significativamente.

Diante do cenário descrito acima, o mercado seguiu truncado, mas preços sendo trabalhados de forma distinta entre as praças e, ainda, com variação significativa entre destino dos animais – mercado interno ou exportação -, sexo, tamanho do lote e outros.

Logo, os preços do boi gordo está sendo negociado por R$308,00/@, a vaca gorda por R$280,00/@ e a novilha gorda por R$300,00/@, preços brutos e a prazo, segundo divulgado pela Scot Consultoria em seu boletim diário.

Já o Indiciador do Boi Gordo Cepea, após encerrar o mês de julho com uma valorização significativa (1,70%), os preços abriram o mês de agosto com uma valorização diária de 0,29%. Dessa forma, os preços encerraram a segunda-feira, 01, cotados a uma média de R$ 326,65/@. Já o preço em dólar, avançou novamente e ficou cotado a US$ 63,00/@.

Quando a negociação envolve os animais de até 30 meses de idade – bovinos com até 4 dentes -, cujo destino é a exportação, estes estão sendo negociados em R$320,00/@. Segundo o app da Agrobrazil, a melhor negociação informada dentro da plataforma ontem, foi o valor de R$ 312,00/@ em Rancharia, interior paulista, com pagamento à vista e abate para o dia 11 de agosto.

Já a Agrifatto, relata que na B3, o primeiro pregão de agosto encerrou trazendo movimento de valorização, o futuro com vencimento para ago/22 passou por uma variação positiva de 0,70%, cotado a R$ 318,40/@.

De forma macro, algumas unidades ainda contam com a incidência de animais a termo para compor suas escalas de abate, tornando o quadro mais confortável para determinadas indústrias. A demanda de carne bovina durante a primeira quinzena de agosto é um fator importante a ser considerado, podendo motivar alta dos preços no curto prazo, apontou Safras.

Exportações de carne bovina

Segundo relatório parcial da Agrifatto, o mês de julho encerrou com um volume total exportado de 167,29 mil toneladas de carne bovina in natura, resultado 1,07% superior ao total embarcado em jul/21, sendo que somente na última semana do mês foram exportadas 37,62 mil toneladas.

Ainda que seja um resultado excelente, o mês de jul/22 não superou o recorde do mesmo mês de 2020, quando 169,27 mil toneladas de proteína bovina foram embarcadas para fora do país.

Conab estima aumento de 15% nas exportações brasileiras em 2022

O mercado interno deve abocanhar cerca de 65% da produção de carne bovina do Brasil este ano, enquanto a exportação ficará com o restante, em meio à forte demanda da China, que no primeiro semestre elevou as compras do produto brasileiro em 35%.

O Brasil, maior exportador global de carne bovina, é sede de gigantes do setor, como JBS, Marfrig e Minerva.

Conforme dados da Conab, a exportação de carne bovina pelo Brasil deve passar para 2,8 milhões de toneladas (equivalente carcaça), uma máxima histórica, versus quase 2,5 milhões em 2021, o que ajuda explicar por que os preços estão em patamares elevados, apesar da demanda interna mais fraca.

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Foto: Roberto Barcellos

Giro do Boi Gordo pelas principais praças pecuárias do país

  • Em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi ficou em R$ 314.
  • Em Dourados (MS), os preços ficaram em R$289.
  • Em Cuiabá (MT) a arroba de boi gordo tem preço de R$ 287.
  • Em Uberaba (MG), os preços ainda são de R$290.
  • Em Goiânia (GO), os preços do boi também se mantiveram e ficaram em R$ 290 a arroba.

Atacado do boi gordo

Diferentemente, o mercado atacadista do boi gordo ainda apresentou preços firmes. A tendência de curto prazo ainda remete a alta das cotações.

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 1,095 bilhão em julho (21 dias úteis), com média diária de US$ 52,170 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 167,292 mil toneladas, com média diária de 7,966 mil toneladas.

O preço médio da tonelada ficou em US$ 6.549,00. Em relação a junho de 2021, houve ganho de 27,4% no valor médio diário da exportação, alta de 5,9% na quantidade média diária exportada e valorização de 20,3% no preço médio.

Dessa maneira, o quarto dianteiro do boi fechou com preço de R$ 16,20. Já a ponta de agulha também teve preço igual e ficou cotada a R$ 16,10. Por fim, o quarto traseiro do boi mantém-se em R$ 21,90 por quilo.

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