Escassez de oferta, exportações recordes e expectativa de consumo interno impulsionam preços do boi gordo no fim de agosto; virada do mês pode trazer maiores valorizações
O mercado do boi gordo chega ao encerramento da última semana de agosto em um cenário de valorização gradual e otimismo entre pecuaristas e analistas. A combinação entre baixa oferta de animais para abate, demanda externa aquecida e a proximidade da virada do mês, quando o consumo doméstico tende a crescer com a entrada dos salários, tem sustentado a firmeza das cotações e projetado um início de setembro positivo para o setor.
De acordo com levantamento do Cepea/Esalq, a escassez de animais prontos para abate tem dado sustentação aos preços, com frigoríficos de grande porte dispostos a pagar valores maiores, sobretudo para atender ao mercado de exportação. Desde julho, o Brasil registra resultados recordes nas exportações de carne bovina, o que contribui para enxugar a oferta no mercado interno e dar suporte às cotações.
Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, o ambiente de negócios indica margem para novos reajustes ao longo da primeira quinzena de setembro, justamente pelo aumento esperado no consumo interno. Apesar disso, a carne de frango ainda apresenta maior competitividade frente à bovina, sendo um fator de atenção para o equilíbrio entre oferta e demanda.
Cotações do boi gordo nas principais praças pecuárias
O fechamento da semana trouxe cotações mais firmes em importantes regiões produtoras. Confira os valores médios da arroba do boi gordo registrados nesta quinta-feira (28):
- São Paulo: R$ 312,42 (ontem: R$ 310,75); negócios pontuais chegam a R$ 320/@ segundo a Agrifatto.
- Goiás: R$ 305,54 (ontem: R$ 302,50).
- Minas Gerais: R$ 304,41 (ontem: R$ 302,94).
- Mato Grosso do Sul: R$ 317,05 (ontem: R$ 318,18).
- Mato Grosso: R$ 312,70 (ontem: R$ 311,62).
Pelos dados da Scot Consultoria, os preços em São Paulo variam de R$ 312/@ para o boi comum até R$ 317/@ para o “boi-China”, enquanto a vaca gorda é negociada a R$ 285/@ e a novilha a R$ 302/@.
Expectativa para setembro
O mercado físico demonstra sinais de que os pecuaristas estão conquistando maior poder de barganha frente às indústrias frigoríficas. Isso ocorre mesmo diante do alongamento das escalas de abate, que atualmente giram entre 9 e 10 dias em média.
Com a chegada da primeira quinzena de setembro, período sazonalmente marcado por maior procura da proteína bovina, analistas apontam para um viés altista nas cotações. A combinação entre demanda doméstica reforçada e exportações firmes deve manter o otimismo entre pecuaristas.
👉 Em resumo: o boi gordo encerra a semana em alta, sustentado por exportações recordes e oferta restrita, com cotações firmes em São Paulo e outras praças pecuárias. A expectativa é de que setembro comece com ajustes positivos nos preços, ampliando a confiança no setor.
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