Boi gordo encerra semana com MT liderando valores da arroba; veja as cotações

Pressão das escalas longas e carne mais barata no atacado mantêm mercado do boi gordo travado, mesmo com estabilidade nas cotações da arrobas

O mercado do boi gordo fechou a primeira semana de julho sob o impacto de ofertas de confinamento em alta, demanda externa como principal pilar de sustentação e uma concorrência crescente com o frango no mercado interno. Apesar da aparente estabilidade nos preços em várias praças, o cenário segue desafiador para os pecuaristas, que enfrentam pressão das indústrias frigoríficas e liquidez reduzida no mercado spot.

Mato Grosso lidera valores da arroba

Conforme levantamento da Safras & Mercado, Mato Grosso fechou com a maior cotação da arroba do boi gordo no Brasil: R$ 316,35/@, superando as demais regiões produtoras. O segundo maior preço foi registrado em Mato Grosso do Sul (R$ 312,84/@), seguido por São Paulo (R$ 312,25/@). Goiás e Minas Gerais ficaram abaixo da casa dos R$ 300, com valores de R$ 293,93 e R$ 299,71, respectivamente .

Estabilidade com viés de baixa

Segundo o Cepea/Esalq, o início das entregas dos animais de confinamento alongou as escalas de abate e permitiu que os compradores testassem valores menores. Em São Paulo, negócios foram firmados entre R$ 305,00 e R$ 315,00/@, com relatos pontuais de operações até abaixo disso. “Os pecuaristas têm ofertado apenas pequenos lotes, e isso deixa a liquidez bastante baixa”, apontou o Cepea .

A Scot Consultoria também confirmou estabilidade na arroba nas praças paulistas, com o boi comum valendo R$ 310/@, a vaca gorda a R$ 283/@, a novilha a R$ 295/@ e o boi-China a R$ 315/@. No padrão exportação, o valor chega a R$ 320/@, segundo a Agrifatto. Nas demais regiões acompanhadas, a média nacional ficou em R$ 297,20/@ .

Atacado em queda: carne de frango ganha espaço

Enquanto o boi gordo mantém cotações relativamente estáveis, os preços da carne bovina no atacado recuaram, pressionados pelo avanço da carne de frango, que tem ganhado espaço na mesa do consumidor devido à maior competitividade. Cortes como o quarto dianteiro e a ponta de agulha registraram quedas de R$ 0,50 por quilo, sendo negociados a R$ 18,50/kg e R$ 18,00/kg, respectivamente .

Além disso, a carcaça casada voltou a ser negociada abaixo de R$ 22/kg, o que não ocorria desde meados de junho. A distribuição de carne com osso ficou praticamente nula nos dois primeiros dias úteis da semana, e o varejo só ensaiou reação na quinta-feira .

Exportações no radar

A demanda segue sustentada principalmente pelas vendas externas, que permanecem como variável-chave para o rumo do mercado. Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, reforça que a performance das exportações será determinante para definir o tom do mercado nas próximas semanas, sobretudo diante de um mercado interno ainda desaquecido .

Frigoríficos ampliam escalas

Com a maior oferta de animais — especialmente lotes mantidos em pasto que foram liberados por conta das ondas de frio no Centro-Sul — as indústrias conseguiram ampliar as escalas de abate para cerca de nove dias úteis em média, o que lhes dá maior poder de barganha na negociação com os produtores .

Resumo das cotações da arroba do boi gordo (03/07/2025):

EstadoCotação (R$/@)
Mato Grosso316,35
Mato Grosso do Sul312,84
São Paulo312,25
Minas Gerais299,71
Goiás293,93
Média Nacional (Agrifatto)297,20

O mercado segue atento à entrada da segunda quinzena de julho, que historicamente é mais fraca no consumo interno. A expectativa do setor é que apenas uma melhora nas exportações ou uma recuperação real do consumo doméstico possa inverter o atual quadro de pressão sobre os preços. Até lá, os pecuaristas precisam manter a cautela nas vendas e avaliar bem o custo-benefício da terminação em confinamento.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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