Mesmo com ajustes pontuais em algumas praças, a arroba do boi gordo segue valorizada em função da demanda interna aquecida, boas perspectivas de exportação e menor volatilidade dos preços ao longo do ano.
O mercado físico do boi gordo encerra novembro com predominância de estabilidade nos preços, ainda que com pequenas variações em algumas regiões. A expectativa de aumento no consumo doméstico com o pagamento do 13º salário e a possibilidade de maior demanda internacional, especialmente por parte de Estados Unidos e China, fortalecem a perspectiva de valorização da arroba nos próximos dias .
Segundo levantamento da consultoria Agrifatto, cinco praças monitoradas (São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia e Santa Catarina) apresentaram ligeiras quedas nos preços da arroba, puxando a média nacional para R$ 305,30. Em São Paulo, por exemplo, a média entre o boi comum e o “boi-China” recuou para R$ 320,00.
Apesar disso, os frigoríficos de maior porte demonstram certo conforto nas escalas de abate, com atendimento médio de 7 a 8 dias úteis, e continuam adotando pressão baixista sobre os preços. Ainda assim, o ritmo de compras está contido, e o volume negociado permanece limitado, dificultando avanços nas escalas .
Arroba boi gordo em alta em algumas regiões
Em contrapartida, outras regiões registraram leve avanço nos preços:
- São Paulo: R$ 322,58/@ (ontem: R$ 321,83)
- Minas Gerais: R$ 316,47/@
- Mato Grosso do Sul: R$ 317,84/@
- Goiás: R$ 314,64/@
- Mato Grosso: R$ 299,66/@
Atacado com viés de alta
No mercado atacadista, os preços estão firmes e a expectativa é de alta no curto prazo, apoiada no consumo típico do último bimestre. Segundo análise da Safras & Mercado, os cortes do traseiro, mais valorizados nessa época do ano, refletem essa tendência:
- Quarto traseiro: R$ 25,50/kg
- Quarto dianteiro: R$ 19,00/kg
- Ponta de agulha: R$ 18,50/kg
O ambiente sugere que o varejo e o atacado poderão puxar os preços da arroba para cima nas próximas semanas, principalmente com o giro maior de cortes nobres e o estímulo ao consumo interno com a injeção de renda da primeira parcela do 13º salário.
Menor volatilidade e maior equilíbrio
Dados do Cepea/Esalq-USP apontam que a oscilação de preços da arroba caiu pela metade em 2025, alcançando 53,1% de volatilidade, contra níveis bem mais elevados registrados nos anos anteriores .
Essa menor oscilação indica melhor coordenação entre oferta e demanda, com carcaças mais pesadas e um fluxo contínuo nas escalas de abate e abastecimento, tanto no mercado interno quanto no externo. Para os analistas do Cepea, o setor produtivo parece ter encontrado um ponto de equilíbrio, sinal de amadurecimento e profissionalização das estratégias de produção e comercialização .
Mercado futuro também reage
Na B3, os contratos futuros acompanharam o tom otimista. O vencimento de dezembro/25 fechou a R$ 319,85/@, uma alta de 0,17% em relação ao dia anterior .
Expectativas para dezembro no mercado do boi gordo
Com o consumo interno prestes a subir e o exterior sinalizando possível aumento nas importações, o cenário é positivo. Mesmo com oscilações pontuais, a tendência geral é de valorização da arroba, com suporte tanto na ponta da oferta quanto da demanda. A atuação dos frigoríficos e a movimentação do mercado externo serão determinantes para definir os próximos passos do mercado do boi gordo.
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