Boi gordo fecha a semana com preços em alta, otimismo e viés de alta; veja cotação

Escalas curtas, demanda asiática e frigoríficos menores movimentam o mercado e puxam preços da arroba do boi gordo para cima

O mercado físico do boi gordo encerrou a primeira semana de agosto em firme trajetória de valorização, refletindo escalas de abate curtas, demanda externa aquecida e a atuação mais ativa de frigoríficos de menor porte, que estão comprando “da mão para a boca”. De acordo com os dados do Indicador CEPEA/ESALQ, a cotação da arroba atingiu R$ 305,30 na quarta-feira (7/08), representando uma alta de 3,72% no acumulado do mês e 0,33% no dia.

Firmeza nas cotações reforça otimismo no curto prazo

Segundo análise da consultoria Safras & Mercado, frigoríficos menores operam com escalas entre seis e sete dias úteis — um indicativo de dificuldade de negociação com pecuaristas e necessidade de reposição urgente. Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria, aponta que as exportações de carne bovina tiveram excelente desempenho em julho, com forte demanda da Ásia e participação crescente do México nas compras brasileiras.

A tendência de alta também se manifesta em praças importantes, como São Paulo, onde a arroba do boi gordo subiu de R$ 306,58 para R$ 314,25, um salto de 2,5% em apenas um dia. Mato Grosso do Sul também se destacou, com cotação de R$ 315,11, frente aos R$ 308,75 do dia anterior, conforme levantamento do Canal Rural.

Compras pontuais fortalecem os preços no mercado do boi gordo

De acordo com a consultoria Agrifatto, frigoríficos de menor escala têm recorrido a compras imediatas, o que reduz o poder de barganha das grandes indústrias. Isso tem contribuído diretamente para a elevação das cotações da arroba em diversas regiões. Segundo a Scot Consultoria, em São Paulo, os frigoríficos estão com dificuldade para alongar as escalas e vêm operando dia a dia. Nesse cenário, o preço do boi gordo “comum” chegou a R$ 307/@ e o “boi China” a R$ 312/@, ambos com acréscimo de R$ 2/@.

Mercado atacadista também reage

No mercado de cortes, os preços também subiram. O quarto traseiro teve alta de R$ 0,60, sendo negociado a R$ 23,00/kg, enquanto o quarto dianteiro manteve-se em R$ 17,80/kg. Já a ponta de agulha foi cotada a R$ 17,00/kg, com viés de alta estimulado pelo consumo típico da primeira quinzena do mês.

Câmbio favorece exportações

Outro fator de suporte ao mercado é o câmbio. O dólar comercial fechou em R$ 5,4226, após queda de 0,74%, o que torna a carne brasileira mais competitiva no mercado internacional, incentivando os embarques e reduzindo a oferta interna.

Cenário futuro do boi gordo: otimismo, mas com atenção

Apesar das altas consecutivas, o mercado futuro do boi gordo registrou leve recuo. Os contratos com vencimento em outubro/2025 fecharam a R$ 331/@, com baixa de 1% no dia 6 de agosto, reflexo de ajustes técnicos após os avanços recentes.

O contexto geral, no entanto, aponta para um curto prazo positivo para os pecuaristas, especialmente se persistirem os atuais patamares de demanda internacional e restrição na oferta de animais prontos para abate.


📌 Resumo da cotação CEPEA/ESALQ em 07/08/2025:

DataValor R$Variação DiáriaVariação MensalValor US$
07/08/2025R$ 305,30+0,33%+3,72%US$ 56,17
06/08/2025R$ 304,30+1,10%+3,38%US$ 55,70
05/08/2025R$ 301,00+0,69%+2,26%US$ 54,66
04/08/2025R$ 298,95+1,56%+1,56%US$ 54,29
01/08/2025R$ 294,350,00%0,00%US$ 52,55

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