Boi gordo fecha outubro em alta: oferta curta e exportações recordes sustentam valorização

Com frigoríficos disputando animais e exportações em ritmo acelerado, preço da arroba sobe em todas as regiões — em alguns estados, a alta chega a 5%

O mercado do boi gordo encerrou o mês de outubro em trajetória de valorização em praticamente todas as regiões do país. Segundo levantamento do Cepea, os preços subiram em todas as 28 praças monitoradas, impulsionados pela oferta limitada de animais prontos para abate e pela firme demanda da indústria frigorífica, que vem enfrentando dificuldades para compor as escalas.

Em Goiás, Rio Verde e Tocantins, as altas chegaram a 5% no mês, enquanto em São Paulo, Triângulo Mineiro e Oeste da Bahia, a valorização foi de cerca de 3%

No estado paulista, as negociações giram entre R$ 315 e R$ 320/@, conforme dados do Cepea e da Agrifatto. O Indicador DATAGRO fechou a R$ 318,58/@, refletindo um mercado firme e com tendência de manutenção das cotações no curto prazo.

De acordo com a Safras & Mercado, o cenário deve seguir positivo em novembro. “Os frigoríficos operam com escalas mais apertadas e a demanda está aquecida. A oferta tende a cair no último bimestre, o que aumenta a possibilidade de novas altas”, afirma o analista Fernando Henrique Iglesias.

O levantamento da Scot Consultoria confirma esse movimento: em São Paulo, indústrias sem contratos com confinamentos precisaram elevar os preços, resultando em aumento de R$ 3,00 por arroba para o boi gordo e o “boi China”, e de R$ 4,00 para vacas e novilhas. As escalas médias de abate seguem em cerca de sete a oito dias úteis, o que reforça a limitação na oferta.

Enquanto isso, estados como Rondônia e Roraima mantêm estabilidade, com cotações sem grandes variações, refletindo mercados locais mais lentos e um ritmo menor de negócios.

Outro fator que sustenta os preços é o bom desempenho das exportações de carne bovina. Segundo dados oficiais, o Brasil embarcou 276,4 mil toneladas de carne in natura até a quarta semana de outubro — alta de 25% sobre o mesmo período de 2024. O preço médio da tonelada exportada atingiu US$ 5,5 mil, aumento de 18,5% em um ano.

Na B3, o contrato com vencimento em outubro de 2025 registrou leve alta de 0,03%, negociado a R$ 317,05/@, indicando um mercado futuro estável, porém sustentado por fundamentos positivos.

Com a combinação de oferta curta, exportações recordes e escalas apertadas, o setor encerra o mês com otimismo. Para novembro, analistas projetam um mercado firme e com potencial de novas altas — um alívio para o pecuarista, que volta a ver o preço da arroba reagindo após meses de incertezas.

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