
Embora haja otimismo, é improvável que o mercado do boi gordo experimente um aumento substancial nos preços a partir da segunda quinzena de outubro, mas não se espera que o boi retorne aos níveis abaixo de R$ 200.
O mercado físico do boi gordo mantém preços firmes em todas as praças pecuárias pelo país, de acordo com informações das consultorias que acompanham o mercado diariamente. O cenário continua a ser pautado pela lacuna na oferta de animais para abate – todas as categorias – e, as indústrias continuam a enfrentar dificuldades na formação das suas escalas de abate. Os pecuaristas, por outro lado, seguem cadenciando as vendas em busca de recuperar as margens de lucro que ficaram defasadas ao longo do ano.
A valorização do boi gordo vem sendo freada devido a estratégia de compras da indústria. Conforme relatos do mercado, alguns frigoríficos optam pela compra de fêmeas devido à drástica redução de ofertas de boi gordo e, consequentemente, os recentes avanços nos preços da arroba dos machos. “Com o intuito de limitar maiores aumentos nas cotações do boi gordo, os frigoríficos elevaram a procura por lotes de vacas e novilhas, que possuem preços mais baixos”, reforçam os analistas da S&P Global Commodity Insight.
Cabe ressaltar, conforme anunciado na última quarta-feira, em São Paulo, as escalas de abate começaram a se estender, indicando um possível cenário de acomodação nos preços a curto prazo, uma vez que a demanda por carne bovina durante as festividades de final de ano desempenhará um papel crucial na determinação de movimentos futuros.
Outro ponto importante é a entrada de lotes oriundos dos confinamentos que, segundo analistas, devem trazer uma maior tranquilidade na oferta de animais e, consequentemente, frear o ímpeto da valorização do boi gordo na segunda quinzena de outubro. O pecuarista precisa estar atento a esses movimentos do mercado.
O analista de Pecuária da Datagro, João Figueiredo, a perspectiva de curto prazo para o mercado de gado é incerta, com dúvidas sobre a sustentabilidade desse aumento de preços no último trimestre do ano. O mercado de gado é dinâmico, com foco tanto no mercado interno quanto no externo. Apesar do aumento nas exportações, os preços internacionais estão em queda, devido ao aumento da oferta global de carne bovina.
Além disso, a desvalorização recente do real brasileiro também impacta as exportações, conforme apontado pelo analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado.
Fechamento do mercado do boi gordo nesta quinta-feira
Nas praças paulistas, a cotação da arroba da vaca gorda subiu R$5,00. As cotações do boi gordo e da novilha não mudaram na comparação diária. O boi gordo comum está sendo negociado em R$230,00/@, a vaca em R$210,00/@ e a novilha em R$220,00/@, preços brutos e a prazo.
Entretanto, segundo relatos dos pecuaristas no app da Agrobrazil, parceira do Compre Rural, a vendas acontecendo em volume substancial em patamares superiores a essas referências. Conforme anunciou o pecuarista de Nepomuceno, interior mineiro, seus animais foram vendidos por R$ 240,00/@ com pagamento no prazo de 30 dias e abate programado para 17 de outubro, lembrando que são animais com destino ao mercado interno.

O “boi China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está sendo negociado em R$240,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$10,00/@ em relação ao boi comum. Mas também são vistas negociações acima desse valor, com lotes chegando a R$ 245,00/@.
Preços do boi gordo pelo Brasil
- São Paulo, Capital: R$ 237 por arroba.
- Goiânia, Goiás: R$ 228 por arroba.
- Uberaba, Minas Gerais: R$ 235 por arroba.
- Dourados, Mato Grosso do Sul: R$ 236 por arroba.
- Cuiabá, Mato Grosso: R$ 197 por arroba.
Embarques intensos reforçam valorização do boi gordo
As vendas externas de carne bovina in natura estão em ritmo mais intenso nas últimas semanas – em setembro, o volume embarcado ficou próximo de 200 mil toneladas.
Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário reforçou o movimento de recuperação nos preços internos da arroba do boi gordo, que já vinha sendo observado ao longo do último mês devido à diminuição na oferta de animais para abate. Assim, no acumulado de setembro, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (estado de São Paulo) avançou expressivos 18,2%, encerrando o mês a R$ 236,15 – vale lembrar que, em agosto, o Indicador havia acumulado forte baixa, também de 18%.
Quanto às vendas externas, em setembro, dados da Secex mostram que o Brasil exportou 195,07 mil toneladas de carne bovina in natura, alta de 5,24% na comparação com agosto/23, mas 3,9% abaixo do volume de setembro do ano passado. No entanto, o desempenho observado no mês passado foi o segundo melhor para um mês de setembro, atrás apenas do observado justamente no ano passado (quando 203,02 mil toneladas foram escoadas).
Atacado
Os preços da carne bovina continuam firmes no mercado atacadista. O analista Iglesias sugere que há perspectiva de aumento nos preços a curto prazo, impulsionado pela entrada dos salários na economia, o que estimula a reposição ao longo da cadeia produtiva. É importante notar que a carne de frango ainda é preferida pela parcela da população com menor renda.
Preços no Atacado:
- Quarto dianteiro: R$ 14,10 por quilo.
- Ponta de agulha: R$ 14,10 por quilo.
- Quarto traseiro: R$ 17,90 por quilo.
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