
Mercado físico do boi gordo segue firme com menor oferta de animais e consumo interno sustentado, enquanto exportações seguem em ritmo recorde
O mercado do boi gordo iniciou a semana com estabilidade nas cotações, mas com indicativos claros de sustentação e viés positivo para os próximos dias. Em São Paulo, o animal “comum” e o “boi-China” foram negociados a R$ 315 por arroba, valor que tem se mantido firme diante de uma oferta mais restrita e da recuperação no mercado interno.
Segundo a Agrifatto, o cenário atual reflete a redução no número de animais abatidos provenientes de confinamento e contratos a termo, fenômeno típico do avanço do último trimestre. Esse movimento tem favorecido uma recuperação gradual nos preços, tanto no mercado físico quanto no futuro. No indicador Cepea, a média na praça pecuária paulista subiu 0,69% na semana anterior, fechando em R$ 307,47/@, enquanto o indicador Datagro avançou 0,76%, para R$ 307,57/@.
Mercado físico firme, mas com ritmos distintos entre frigoríficos
De acordo com a Agrifatto, frigoríficos voltados ao mercado interno seguem com escalas de abate mais curtas, o que ajuda a sustentar as cotações e reforça a tendência de alta. Já as grandes indústrias exportadoras operam com programações mais folgadas, sustentadas por lotes de confinamento próprio e contratos firmados previamente.
O levantamento da Scot Consultoria mostra que o boi sem padrão de exportação foi comercializado a R$ 307/@, enquanto o “boi-China” chegou a R$ 310/@ no mercado paulista. As escalas médias de abate estão ao redor de dez dias, reforçando o equilíbrio momentâneo entre oferta e demanda.
Panorama nacional do preço do boi gordo
Nas demais praças acompanhadas pela Agrifatto, os preços permaneceram estáveis nesta segunda-feira (13/10). O relatório semanal da consultoria aponta que a média nacional gira em torno de R$ 295/@, com destaque para os seguintes valores regionais:
- Mato Grosso do Sul: R$ 320/@
- Paraná: R$ 320/@
- Mato Grosso: R$ 295/@
- Goiás: R$ 300/@
- Minas Gerais: R$ 300/@
- Rondônia: R$ 275/@
As vacas gordas seguem em média a R$ 280/@ em São Paulo, e as novilhas, em R$ 295/@, reforçando o comportamento firme também para as demais categorias.
Carne com osso dá sustentação ao mercado
No mercado atacadista, as duas primeiras semanas de outubro foram marcadas por reajustes positivos na carne bovina com osso, reflexo do aumento no consumo interno impulsionado pelo pagamento de salários e início do mês.
Os valores médios da carcaça casada chegaram a R$ 21,00/kg, e o dianteiro, a R$ 18,50/kg, demonstrando bom escoamento no varejo e sustentação dos preços nas negociações com o atacado. A tendência, contudo, é de ritmo mais lento nas próximas semanas, com o enfraquecimento do consumo típico da virada do mês.
Exportações seguem em ritmo recorde
O cenário externo também contribui para o otimismo. As exportações brasileiras de carne bovina atingiram em setembro/25 um recorde histórico mensal, com 363,13 mil toneladas embarcadas, um aumento de 17,6% em relação a agosto e 11,7% acima do recorde anterior, de julho. Esse desempenho reforça a demanda firme no mercado internacional e ajuda a manter o equilíbrio interno entre oferta e preços.
Expectativa positiva para a segunda quinzena
Analistas apontam que, com a redução da oferta de boi confinado, a demanda interna ainda aquecida e o bom ritmo das exportações, há espaço para novas altas pontuais nas cotações até o fim de outubro.
Embora a B3 tenha encerrado a sexta-feira anterior com leve recuo de 0,32% (contrato novembro/25 a R$ 322,70/@), o sentimento predominante entre pecuaristas e analistas é de confiança na continuidade da valorização do boi gordo ao longo das próximas semanas.
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