Boi gordo mantém viés de alta enquanto pecuaristas controlam as vendas; veja cotação

Pressão dos frigoríficos não derruba preços do boi gordo e mercado futuro mostra firmeza; veja cotação

O mercado do boi gordo segue demonstrando resistência e viés de alta, mesmo diante da pressão dos frigoríficos para reduzir os preços. A estratégia de pecuaristas em controlar a entrega dos lotes tem mantido o poder de barganha do lado do produtor, enquanto a combinação de exportações aquecidas e demanda interna prestes a se fortalecer reforça o cenário de firmeza nas cotações.

Além disso, os derivativos de boi gordo na B3 mostram liquidez recorde, apontando maior interesse de investidores e fortalecendo a confiança no mercado futuro.

Cotações do boi gordo no mercado físico

De acordo com levantamento da Agrifatto, nesta terça-feira (26/8), o boi gordo sem padrão-exportação foi negociado a R$ 315/@ em São Paulo, enquanto o chamado “boi-China” chegou a R$ 320/@, resultando em uma média de R$ 317,50/@. Já nas demais 16 regiões acompanhadas pela consultoria, o valor médio foi de R$ 296,30/@.

A Scot Consultoria confirmou patamares próximos, apontando o boi comum em R$ 310/@, o boi-China em R$ 315/@, a vaca gorda em R$ 285/@ e a novilha gorda em R$ 302/@ no mercado paulista.

  • São Paulo: R$ 310,75 — ontem: R$ 311,68
  • Goiás: R$ 302,50 — R$ 301,61
  • Minas Gerais: R$ 302,94 — R$ 302,65
  • Mato Grosso do Sul: R$ 318,18 — R$ 319,09
  • Mato Grosso: R$ 311,62 — R$ 310,34

Mercado atacadista e exportações

No atacado, os preços se mostraram mistos:

  • Quarto traseiro: R$ 22,90/kg (queda de R$ 0,10)
  • Quarto dianteiro: R$ 18,25/kg (alta de R$ 0,25)
  • Ponta de agulha: R$ 17,25/kg (alta de R$ 0,25)

Apesar da estabilidade momentânea, analistas apontam maior propensão a reajustes no início de setembro, quando o consumo tende a crescer com a entrada dos salários na economia.

No mercado externo, os embarques de carne bovina seguem aquecidos. Até a terceira semana de agosto, o Brasil exportou 212,9 mil toneladas, com receita de US$ 1,192 bilhão, crescimento de 70,1% no valor médio diário, 34,7% na quantidade exportada e 26,3% no preço médio em relação a agosto de 2024. A expectativa é que o mês encerre com 265 mil toneladas embarcadas, novo recorde.

Mercado futuro e derivativos em alta

O mercado futuro também confirma o otimismo: o contrato com vencimento em dezembro/25 fechou a R$ 330,90/@, em leve alta de 0,58%.

Na B3, os derivativos de boi gordo atingiram R$ 19,6 bilhões em julho de 2025, salto de mais de 300% frente ao mesmo mês de 2024. No acumulado do ano, já foram movimentados R$ 88 bilhões, com 176 mil contratos em aberto. A participação de pessoas físicas (46,5%) e investidores internacionais (24,1%) mostra diversificação no perfil do mercado.

Segundo a B3, ajustes como a redução da margem de garantia nos futuros e a ampliação de limites de posição ajudaram a ampliar a liquidez, tornando o ambiente mais atraente tanto para investidores de curto prazo quanto para pecuaristas que utilizam o mercado como ferramenta de gestão de risco.

Cenário de curto prazo

A avaliação das consultorias aponta que o mercado do boi gordo deve seguir firme no curto prazo. A combinação de oferta controlada pelos pecuaristas, demanda externa aquecida e a recuperação do consumo interno com a entrada dos salários tende a sustentar o viés de alta das cotações.

Com a movimentação recorde no mercado de derivativos e exportações em ritmo acelerado, o boi gordo se consolida como uma das commodities mais atrativas do agronegócio brasileiro neste segundo semestre de 2025.

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