
A grande briga pelos melhores preços, frigoríficos continuam tendo maiores ganhos, forçando negócios envolvendo boiadas gordas abaixo das expectativas dos pecuaristas que, agora, tentam se unir para manter o boi gordo acima de R$ 300/@.
O mercado do boi gordo enfrenta uma forte pressão nos preços, refletindo os desafios do setor. A grande briga pelos melhores preços, frigoríficos continuam tendo maiores ganhos, forçando negócios envolvendo boiadas gordas abaixo das expectativas dos pecuaristas que, agora, tentam se unir para manter acima de R$ 300/@. Frigoríficos têm se beneficiado, ao passo que pecuaristas veem suas margens reduzidas, trazendo à tona o questionamento: a fase de alta do ciclo chegou ao fim?
No atual momento, as indústrias seguem aproveitando o momento para alongar suas escalas de abate que já estão em média com oito a dez dias, segundo as consultorias. Outro ponto de destaque é a menor demanda, tanto interna quanto externa, trazendo dificuldades aos frigoríficos em manter os valores em alta.
Frigoríficos ditam o ritmo
Nas negociações recentes, o preço da arroba do boi gordo sofreu quedas consecutivas, com o indicador CEPEA/B3 acumulando um recuo de 10,2% nos primeiros dez dias de dezembro. No fechamento de 12/12, o valor foi de R$ 316,85, segundo o CEPEA, representando uma redução significativa em comparação ao início do mês.
A Scot Consultoria relatou que o boi “comum” e o “boi-China” estão cotados a R$ 315/@, sem distinção de preços entre o padrão exportação e o mercado doméstico. Já a vaca gorda e a novilha gorda registraram valores de R$ 292/@ e R$ 310/@, respectivamente, no estado de São Paulo. Além disso, as escalas de abate seguem em média para oito dias úteis, indicando boa disponibilidade de animais.
Segundo analistas, o fraco escoamento no mercado doméstico, mesmo após o pagamento dos salários, contribuiu para a redução no volume de abates e queda nos preços oferecidos pelos frigoríficos.
Estabilidade nas praças e retração nas exportações
A consultoria Agrifatto destacou que, apesar das quedas, os preços do boi gordo indicam uma estabilização em algumas regiões, especialmente no Sudeste e Centro-Oeste. Em 12/12, o preço médio no estado de São Paulo foi de R$ 320/@, enquanto a média nacional caiu para R$ 301/@, com retrações em estados como Goiás, Minas Gerais e Paraná.
No mercado internacional, as exportações de carne bovina in natura para a China desaceleraram, com o preço do dianteiro bovino recuando 10,19% no último mês, fechando em US$ 4.900 por tonelada. Essa redução reflete a desvalorização do yuan frente ao dólar e a menor demanda por parte dos importadores chineses.
Além disso, as festividades do Ano Novo Chinês e os desafios logísticos associados contribuíram para o enfraquecimento das negociações internacionais.
Futuro incerto para o boi gordo
O mercado futuro também sinaliza incertezas. O contrato com vencimento em abril de 2025 foi negociado a R$ 304,15/@ em 11/12, enquanto os contratos de dezembro de 2024 e janeiro de 2025 sofreram quedas diárias de 1,42%, fechando a R$ 306,45/@ e R$ 304,95/@, respectivamente.
A queda de 10% no indicador CEPEA/B3 neste início de dezembro é reflexo da concentração pontual de entregas e da menor disposição dos frigoríficos em pagar valores considerados atrativos pelos pecuaristas. No atacado, a carcaça casada bovina também sofreu desvalorização de 3,44% no mesmo período.
Dessa forma, o cenário atual aponta para uma possível virada no ciclo de alta dos preços do boi gordo, com frigoríficos dominando as negociações e o mercado externo mostrando sinais de enfraquecimento. A pergunta que permanece é: o mercado ainda encontrará fôlego para reverter essa tendência ou os pecuaristas terão que se ajustar à nova realidade de preços?
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