A proximidade das festas de fim de ano pode aquecer o mercado, estimulando a comercialização e freando a tendência de queda na arroba do boi gordo, que chegou a recuar R$ 40 na primeira quinzena do mês.
A arroba do boi gordo enfrentou uma desvalorização significativa em dezembro, com recuos de até R$ 40/@, chegando a uma média de R$ 315/@ em São Paulo. Esse movimento reflete pressões no mercado físico, enquanto frigoríficos adotam estratégias cautelosas devido à baixa demanda por carne bovina. No entanto, a proximidade das festas de fim de ano pode aquecer o mercado, estimulando a comercialização e freando a tendência de queda.
Pressões no mercado físico e queda nos preços
Na última sexta-feira (13), o mercado do boi gordo registrou acomodação nos preços. Segundo a consultoria Safras & Mercado, a posição confortável das escalas de abate, entre nove e dez dias úteis na média nacional, mantém a perspectiva de queda no curto prazo. Paralisações programadas para manutenção nas indústrias também são um fator de influência neste período.
Preços médios do boi gordo nas principais praças pecuárias do brasil
- São Paulo: R$ 315,00/@
- Goiás: R$ 302,00/@
- Minas Gerais: R$ 312,00/@
- Mato Grosso do Sul: R$ 319,00/@
- Mato Grosso: R$ 297,00/@
A demanda interna por carne bovina segue enfraquecida, com a população priorizando proteínas de menor custo, como carne de frango, suínos e ovos. “O consumidor brasileiro ainda busca opções de menor valor agregado”, destaca Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado.
No mercado atacadista, os preços da carne bovina permanecem firmes. Atualmente, o quarto dianteiro é comercializado a R$ 20,50/kg, o quarto traseiro a R$ 27/kg e a ponta de agulha a R$ 19,50/kg.
Clima favorece retenção e afeta negociações no mercado do boi gordo
Apesar da pressão sobre os preços, o clima tem favorecido os pecuaristas, permitindo maior retenção dos animais no pasto. “A manutenção das condições de forragem será crucial para a dinâmica da oferta nos próximos meses”, apontam analistas da S&P Global. Esse fator impede uma queda ainda mais acentuada nos preços e oferece aos produtores maior flexibilidade para negociar.
Frigoríficos continuam adotando estratégias conservadoras para evitar represamento de mercadorias. Segundo a Scot Consultoria, a oferta maior e as escalas confortáveis levaram indústrias a realizarem negócios apenas conforme a necessidade, contribuindo para a retração de preços.
Desempenho do mercado interno e sazonalidade positiva
Apesar da pressão no mercado físico, o varejo tem demonstrado sinais de recuperação, impulsionado pelo pagamento de salários e pela proximidade das festas de fim de ano. Rafaela Facchina, analista de mercado da Scot Consultoria, ressalta que as vendas recentes têm sido satisfatórias, com reposições consistentes de estoque no varejo.
A Agrifatto também registrou um volume satisfatório de pedidos no varejo, indicando um bom ritmo de comercialização, especialmente de carne com osso. A proximidade das festas, tradicionalmente um período de maior consumo, é vista como um ponto de virada para o mercado interno.
Impacto do dólar no mercado da carne bovina
O câmbio também influencia o cenário da carne bovina. Na sexta-feira, o dólar encerrou em alta de 0,29%, cotado a R$ 6,0286 para venda. Essa oscilação pode impactar as exportações e o preço interno dos insumos, exercendo pressão sobre o setor.
Perspectivas para o início de 2025
Embora o fim de ano traga otimismo, o cenário para janeiro e fevereiro requer cautela. O início do ano costuma ser marcado por um orçamento mais apertado para os consumidores devido a despesas como IPVA, IPTU e materiais escolares, além de dívidas contraídas no período festivo.
Segundo Ygor Maggiori, da Scot Consultoria, esse enfraquecimento no poder de compra pode reduzir o consumo de carne bovina, estimulando a busca por proteínas alternativas.
Futuro desafiador
O mercado do boi gordo enfrentou um período desafiador em dezembro, mas as festas de fim de ano prometem trazer algum alívio para o setor, com aumento no consumo e recuperação das vendas no varejo. Apesar disso, os desafios continuam no horizonte, com o início de 2025 exigindo ajustes para equilibrar oferta, demanda e preços.
O comportamento do consumidor será decisivo nos próximos meses, determinando o ritmo da recuperação do mercado de carne bovina no Brasil.
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