
Segundo a analista da Scot, o mercado do boi gordo, aparentemente, encontrou “um ponto de equilíbrio”, mas a ponta compradora tem tentado baixar os preços uma vez que a oferta de bovinos, principalmente confinados (segundo giro da engorda intensiva), deve ser maior nas próximas semanas.
O mercado do boi gordo, de forma generalizada, teve boas valorizações, com maior destaque para o mês de setembro. Entretanto, conforme relato dos analistas, há três semanas, o valor do boi gordo segue estável nas praças de São Paulo, uma das principais referências no mercado pecuário brasileiro. “As escalas de abate dos frigoríficos paulistas estão mais longas e, com isso, boa parte das indústrias locais ficou fora das compras nesta sexta-feira (27/10)”, relata a Scot Consultoria.
Sendo assim, o mercado físico do boi encerrou a semana com preços acomodados. Segundo informações da Consultoria Safras & Mercado, os frigoríficos ainda desfrutam de certo conforto em suas escalas de abate, o que sugere tentativas de compra abaixo da referência média. E agora, o que esperar do mercado do boi gordo?
As escalas de abate dos frigoríficos paulistas estão alongando. Com isso, parte das indústrias ficaram fora das compras na última sexta-feira. Assim, as cotações ficaram estáveis na comparação dia a dia. Na abertura dessa semana, movimento de ausência das indústrias deve continuar, tendo em vista que historicamente é um dia de avaliação do escoamento da carne bovina no fim de semana.
Dessa forma, segundo a Scot Consultoria, a arroba do boi está apregoada em R$235,00, a da vaca gorda em R$218,00 e da novilha gorda em R$227,00, preços brutos e a prazo, considerando a praça paulista como referência.
Já o “boi China” – animal abatido jovem com até 30 meses de idade – ainda está sendo negociado em R$240,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$5,00/@ em relação ao boi comum. Porém, os analistas ressaltam para a queda nos preços dos contratos negociados, especialmente com a China, o que deve dificultar um repasse de valorização para pecuarista.
Giro do boi gordo pelo Brasil
- Em São Paulo, a arroba do boi a prazo foi negociada a R$ 230, o que representa uma queda de R$ 10 em relação à semana anterior.
- Em Dourados (MS), a arroba foi negociada a R$ 230, com queda de R$ 5.
- Em Cuiabá (MT), houve um aumento de R$ 2, com a arroba subindo para R$ 212.
- Em Uberaba (MG) e Goiânia (GO), os preços permaneceram inalterados.
Ponto de alerta no mercado do boi gordo
“O momento é de estabilidade, pois há uma ligeira maior oferta de bovinos disponíveis para o abate, e o consumo interno (de carne bovina) diminuiu após o feriado (Dia de Nossa Senhora Aparecida)”, ressalta a analista Nicole Santos, acrescentando: “As escalas estão confortáveis para as indústrias, com os abates preenchidos até meados de novembro”.
Ainda segundo a analista da Scot, o mercado do boi gordo, aparentemente, encontrou “um ponto de equilíbrio”, mas a ponta compradora tem tentado baixar os preços uma vez que a oferta de bovinos, principalmente confinados (segundo giro da engorda intensiva), deve ser maior nas próximas semanas.
Nesse sentido, continua a analista da Scot, variações negativas nas cotação do boi gordo não estão descartadas.
“O mercado está sensível e o produtor deve ficar de olho”, recomenda Nicole.
Segundo a S&P Global Commodity Insights, a fraca procura por animais terminados segue gerando impactos negativos na formação dos preços da arroba bovina em algumas praças do País. “Com escalas prontas para além do dia 6 de novembro, muitas unidades de abate optaram por limitar ainda mais o fluxo de aquisição de boiada gorda”, justifica a consultoria.
Mercado Atacadista
O ambiente de negócios sugere alguma alta dos preços no decorrer do último bimestre, período pautado por maior apelo ao consumo. Mas é importante enfatizar que a carne de frango permanece mais competitiva, em especial para a população de menor renda, entre um e dois salários-mínimos, pontuou Iglesias.

No mercado atacadista, o quarto traseiro foi precificado a R$ 17,75, uma redução de R$ 0,50. O quarto dianteiro foi cotado a R$ 13,70, com queda de R$ 0,30.
O especialista da Safras & Mercado, destaca que a queda nos preços é resultado de um aumento na oferta do produto, devido ao eficiente andamento das escalas de abate nas instalações frigoríficas.
“A expectativa de uma demanda mais robusta nos últimos meses do ano talvez não seja suficiente para manter os preços neste momento”, afirma Iglesias. “No entanto, há a possibilidade de uma alta moderada nos preços, particularmente à medida que nos aproximamos da transição de novembro para dezembro”, diz.
Exportações recuam
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil totalizaram US$ 613,324 milhões em outubro (considerando 14 dias úteis), com uma média diária de US$ 43,808 milhões. O país exportou um total de 133,591 mil toneladas, com uma média diária de 9,542 mil toneladas. O preço médio por tonelada foi de US$ 4,591.
Comparando com outubro de 2022, houve uma queda de 24,5% no valor médio diário das exportações, uma redução de 3,8% na quantidade média diária exportada e uma desvalorização de 21,5% no preço médio.
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