Boi gordo: Queda nos preços e disputa acirrada entre pecuaristas e frigoríficos

“Apesar das tentativas do pecuarista em cadenciar o ritmo dos negócios, aproveitando o cenário favorável das pastagens, os frigoríficos mantiveram a pressão”; confira as cotações do mercado do boi

A semana passado encerrou com oscilações e ajustes nas negociações do mercado físico do boi gordo, segundo a consultoria Agrifatto, deixando as indústrias em alerta diante das vendas irregulares no mercado atacadista. Prevê-se que esta semana siga o mesmo padrão, com um cenário de dificuldades acentuadas e uma disputa acirrada entre pecuaristas e frigoríficos, tendência que se mantém desde o início de fevereiro.

Em Minas Gerais, a arroba do boi gordo sofreu uma queda significativa, com desvalorização de 3,1% em comparação com a semana anterior, sendo negociada a R$ 220,80 por arroba. Por outro lado, a arroba matogrossense demonstrou resistência, registrando uma valorização de 0,9%, alcançando o valor de R$ 212,90 por arroba. Na Bolsa de Valores (B3), os contratos também refletiram a tendência negativa do mercado físico, com o vencimento para março de 2024 recuando 1,1%, sendo cotado a R$ 232,10.

As escalas de abate seguem a tendência do mercado atacadista, com a baixa demanda resultando em estoques cheios e possibilitando que as indústrias mantenham suas escalas alongadas. As programações dos frigoríficos continuam confortáveis, com um avanço médio de 1 dia útil em relação à semana anterior, totalizando 10 dias úteis. As escalas paulistas fecharam com 12 dias úteis, representando um acréscimo de 2 dias em comparação com a semana passada.

Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras e Mercado, os frigoríficos intensificaram suas estratégias de teste no mercado, especialmente na região centro-norte do país, após conquistarem avanços significativos nas escalas de abate, impulsionados pelo aumento na oferta de fêmeas.

De acordo com Iglesias, a pressão sobre os preços da arroba foi evidente, principalmente após a queda nos preços do atacado em São Paulo. “Apesar das tentativas do pecuarista em cadenciar o ritmo dos negócios, aproveitando o cenário favorável das pastagens devido às chuvas no centro-norte do Brasil, os frigoríficos mantiveram a pressão“, afirma.

Os preços da arroba do boi gordo apresentaram variações em diferentes regiões do país, com quedas expressivas, segundo a consultoria Safras e Mercado, destacando-se:

  • São Paulo (Capital): R$ 235, queda de 2,08%
  • Goiás (Goiânia): R$ 218, queda de 3,11%
  • Minas Gerais (Uberaba): R$ 235, queda de 2,08%
  • Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 225, queda de 2,17%
  • Mato Grosso (Cuiabá): R$ 212, queda de 1,40%

Os preços específicos dos cortes de carne bovina não registraram mudanças significativas em comparação com a semana anterior: o quarto do traseiro foi precificado a R$ 18,50 por quilo, enquanto o quarto dianteiro manteve-se em R$ 13,00 por quilo.

Em relação às exportações, fevereiro registrou um desempenho sólido para o setor, com um aumento significativo no valor médio diário das exportações em comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, o preço médio da tonelada sofreu uma desvalorização em relação a fevereiro de 2023. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior, indicando uma dinâmica complexa no mercado internacional de carne bovina.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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