O mercado do boi gordo entrou em ritmo de firme recuperação em diversas regiões do país; com novembro próximo, o mercado do boi gordo já está em alerta para que a arroba continue sua trajetória de alta
O mercado da arroba do boi gordo mantém a tendência de valorização em várias praças do país, sustentado por oferta mais restrita para abate e demanda firme tanto no mercado interno como para exportação. Segundo a Consultoria Agrifatto o mercado físico do boi gordo encerrou a sexta-feira com variações positivas na maioria das praças pecuárias monitoradas.
Em MG, a arroba avançou 0,62% frente ao dia anterior, cotada em média a R$ 302,00. Na B3, o contrato com vencimento em nov/25 também subiu, com alta de 0,98% no comparativo diário, negociado a R$ 325,05/@.
Embora as praças de SP, MG e MS tenham permanecido estáveis, a redução nas programações de abate em MT, PA e GO diminuiu a média nacional em 1 dia útil, encerrando a semana com 7 dias úteis de escala. Ainda segundo a consultoria o recuo indica oferta mais ajustada e pode abrir espaço para novas valorizações no mercado físico.
Além disso, é apontado que o mercado atacadista segue firme, com expectativa de aumento de consumo interno no curtíssimo prazo — puxado pelo fim de ano.
Outro ponto relevante é o câmbio: embora não seja o foco principal da matéria, há menção a leve variação cambial (o dólar comercial no fechamento citado) como parte do cenário econômico em que se fazem as negociações.
Em resumo, os aumentos recentes da arroba no mercado físico se explicam, em grande parte, pela restrição de oferta (animais prontos para abate) e por frigoríficos que enfrentam escalas mais curtas, o que os obriga a pagar mais para garantir sua demanda de animais.

Novembro: mês tradicionalmente de valorização
Com a chegada de novembro, o mercado projeta um ciclo de alta sazonal. Historicamente, o penúltimo mês do ano concentra reajustes na arroba, impulsionados pela melhora no consumo doméstico.
“A injeção do 13º salário, as contratações temporárias e o aumento das confraternizações fortalecem o consumo de carne bovina no atacado e no varejo”, destaca Iglesias. “Esse movimento deve continuar ao longo de novembro e se estender até as primeiras semanas de dezembro.”
Além disso, o setor espera reflexos positivos da retomada das exportações e da expectativa de novos frigoríficos habilitados a embarcar para mercados asiáticos. 
Projeções indicam novas altas até dezembro
Analistas projetam que o preço da arroba poderá atingir R$ 325,00 a R$ 340,00 em São Paulo até o fim de novembro, caso o consumo interno se mantenha aquecido e a oferta continue limitada.
Em dezembro, com o fortalecimento do varejo e dos embarques internacionais, há potencial para a arroba oscilar entre R$ 335,00 e R$ 350,00, segundo estimativas de consultorias privadas.
“O mercado deve continuar firme até o Natal. Só após janeiro é que podemos ver ajustes, com o retorno das chuvas e aumento da oferta de boi de pasto”, analisa Fernando Mattos, consultor da Boviplan.
Por isso, com novembro próximo, o mercado do boi gordo já está em alerta para que a arroba continue sua trajetória de alta — ainda que a intensidade possa variar segundo o estado, tipo de frigorífico, disponibilidade de animais e condições de logística / transporte. 
Exportações e mercado asiático: frigoríficos brasileiros avançam
Além da dinâmica interna, há forte componente de exportação que também tem impacto sobre os preços pagos ao produtor pelo boi gordo. Um fator recente de relevância é o avanço nas negociações de habilitação de frigoríficos brasileiros para mercados asiáticos.
Por exemplo há movimento (junto ao governo) para liberar mais vendas de carne para países asiáticos. Esse tipo de abertura de mercado adiciona demanda adicional ao setor de exportação, o que pode sustentar preços da arroba internamente.
Também é possível relacionar esse movimento com a habilitação de novos frigoríficos para exportar à China ou à Indonésia — um processo que envolve normas sanitárias, auditorias, negociações técnicas. Por exemplo:
- A Indonésia habilitou 17 novos frigoríficos brasileiros para exportar carne bovina.
- Em outra decisão governamental, mais 38 frigoríficos foram habilitados para exportar carnes para a China.
Esse tipo de abertura melhora a perspectiva de demanda externa para carnes bovinas — o que pode “oferecer fôlego” adicional para que frigoríficos paguem preços mais elevados pelo boi gordo, diante da concorrência internacional por carne brasileira. 
O cenário atual do mercado da arroba do boi gordo no Brasil aponta para uma continuidade da valorização, especialmente diante da oferta ajustada, da pressão de frigoríficos com escalas curtas, do consumo interno estimulado (pelo 13º salário e eventos de fim de ano) e das oportunidades de exportação internacional.
Com a chegada de novembro, janela sazonal importante, é bastante possível que vejamos novas altas na arroba nos próximos semanas, ainda que com variação entre regiões e modalidades de negociação. O produtor e os frigoríficos deverão acompanhar de perto variáveis como clima, logística, demanda do consumidor, câmbio e regras sanitárias internacionais — porque qualquer detalhe pode influenciar a intensidade da valorização.
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