Boi gordo sente pressão negativa, enquanto exportações batem recordes; veja cotações

Mercado interno do boi gordo registra quedas nas cotações em São Paulo, mas exportações seguem em ritmo acelerado e sustentam otimismo para a pecuária brasileira

O mercado do boi gordo iniciou setembro sob sinais de enfraquecimento, com quedas registradas nas praças paulistas. Ao mesmo tempo, as exportações brasileiras de carne bovina seguem em trajetória recorde, garantindo sustentação para a cadeia produtiva e fortalecendo o papel do Brasil como maior exportador mundial do produto.

Após as altas observadas no final de agosto, os pecuaristas elevaram a oferta de animais terminados, alongando as escalas de abate dos frigoríficos. Esse cenário trouxe estabilidade com viés de baixa nas negociações, conforme levantamento da Scot Consultoria.

Na abertura desta semana, o preço da novilha gorda recuou R$ 3/@, cotada a R$ 300/@, enquanto o chamado “boi-China” caiu R$ 2/@, negociado a R$ 315/@. Já o boi gordo comum manteve-se em R$ 312/@, e a vaca gorda foi comercializada a R$ 285/@.

Entre os frigoríficos paulistas, as escalas de abate atendem em média 11 dias, enquanto no cenário nacional chegam a 9 dias. A abundância de lotes de confinamento próprios, contratos a termo e parcerias com produtores mantém os abatedouros bem supridos.

No mercado futuro, os contratos do boi gordo da B3 também refletiram o movimento. O vencimento de dezembro/25 fechou a R$ 330,60/@, queda de 0,35% frente à sessão anterior.

Exportações seguem em ritmo histórico

Na contramão da pressão interna, os embarques de carne bovina mantêm resultados extraordinários. Somente em agosto/25, o Brasil exportou 268,6 mil toneladas, recorde histórico para o mês e crescimento de 23,5% sobre agosto de 2024. A receita chegou a US$ 1,5 bilhão, alta de 56% no comparativo anual.

O desempenho continuou em setembro: nos cinco primeiros dias úteis, o país embarcou 78,33 mil toneladas, com receita de US$ 435,2 milhões. As médias diárias foram de 15,66 mil toneladas (+31%) e US$ 87,04 milhões (+61%) em relação ao mesmo período do ano passado.

O preço médio da tonelada exportada também subiu, alcançando US$ 5.555,4, valorização de 23,1% frente a setembro de 2024.

China mantém liderança, mas novos mercados ganham espaço

A China segue como principal destino, responsável por quase metade das exportações brasileiras em 2025. Somente em agosto, foram 161 mil toneladas, que renderam US$ 894 milhões. Outros mercados relevantes foram Rússia, México e Chile, todos com compras acima de 12 mil toneladas cada.

O México, em especial, registrou crescimento expressivo, com alta de 198% nas importações neste ano. Além disso, a abertura de novos mercados, como Vietnã e Indonésia, deve ampliar ainda mais o potencial exportador brasileiro.

Perspectivas para o boi gordo

Segundo analistas, a combinação entre bom consumo interno e exportações recordes cria um ambiente de otimismo para o setor. No entanto, a maior oferta de boiadas no mercado doméstico pode manter pressão sobre as cotações no curto prazo.

A expectativa é de que a força das exportações ajude a sustentar a rentabilidade da cadeia produtiva, beneficiando tanto frigoríficos exportadores quanto produtores rurais.


👉 Resumo das cotações da arroba do boi gordo em São Paulo (09/09/25):

  • Novilha gorda: R$ 300/@ (queda de R$ 3)
  • Boi-China: R$ 315/@ (queda de R$ 2)
  • Boi gordo comum: R$ 312/@ (estável)
  • Vaca gorda: R$ 285/@ (estável)

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