Boi gordo sobe e diferença entre praças é de R$ 60/@

O mercado paulista, referência para as demais regiões, teve nova rodada de valorização e diferença entre as regiões volta cresce ainda mais; Veja como está o mercado!

Por mais um dia consecutivo, a cotação do boi gordo destinado ao mercado interno subiu nas praças paulistas. Nessa quarta-feira, 09, o boi gordo teve preços de estáveis a mais altos, a depender da praça pecuária avaliada pelo país. Esse cenário, acabou elevando ainda mais a diferença entre algumas regiões, como é o caso de Rondônia, onde a diferença é de quase R$ 60,00/@.

As indústrias paulistas ainda possuem uma certa dificuldade e os compradores apostaram em uma alta de R$2,00/@ no comparativo diário, em função da oferta enxuta, apesar de já ser observado um sutil aumento na disponibilidade de bovinos oriundos de sistema em pasto. Como deve ficar esse mercado no curto prazo?

Segundo os dados divulgados pela Scot Consultoria, além da alta supracitada, a cotação das fêmeas ficou estável. Sendo assim, o boi, vaca e novilha gordos são negociados, respectivamente, por R$342,00/@, R$300,00/@ e R$332,00/@, preços brutos e a prazo.

Já no cenário da exportação, para os machos cujo destino é a exportação, os negócios estão firmes entre os valores de R$350,00/@ a R$ 360,00/@, conforme exemplo da negociação abaixo. O avanço dos volumes embarcados e a possibilidade de novas habilitações de frigoríficos por parte da China, podem trazer ainda mais disputa nesse mercado, ajudando no avanço positivo dessas cotações.

Os pecuaristas de Tapiratiba, em São Paulo, venderam lotes no valor de R$ 360,00/@ com pagamento a vista e abate programado para o dia 28 de março. Confira a imagem abaixo com os detalhes sobre a negociação.

Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 348,97/@, na quarta-feira (09/03), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 316,18/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 310,99@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 325,34@.

O Indicador do Boi Gordo – Cepea/Esalq, volta a ir contra o fluxo e tendência do mercado, vivendo em uma verdadeira montanha russa. No fechamento de ontem, os valores recuaram mais de 2% – uma queda de quase R$ 8,00/@ – na média, deixando a arroba apregoada a R$ 342,80/@. Confira o gráfico abaixo!

Diferencial de base é a defasagem da cotação da arroba do boi gordo de uma praça pecuária em relação ao mercado de São Paulo.

Com o apetite chinês pela proteína bovina elevado e consumo doméstico fragilizado, a diferença entre o “Boi China” e o “Boi Comum” continua firme na casa dos R$ 30,00/@ em São Paulo, enquanto isso o preço médio do animal pronto para o abate no estado está próximo dos R$ 345,00/@.

Na B3, a quarta-feira encerrou com movimento de alta para os futuros de boi gordo e o vencimento para mar/22 fechou o dia em R$ 346,10/@, um avanço diário de 0,77%, apontou a Agrifatto.

No atacado paulista os frigoríficos que atendem somente ao mercado interno seguem sendo impactados com margens operacionais pressionadas e pelo difícil escoamento da carne bovina ao consumidor brasileiro. Na última quarta-feira a carcaça casada ficou estável, sendo comercializada em média por R$ 21,25/kg.

“A indústria, distribuidores e varejistas se posicionam neste período do mês, elevando os volumes de aquisições para incrementos nos estoques, ao passo em que a massa salarial chega aos consumidores neste quinto dia útil do mês”, observa a IHS.

Nota especial

Os valores de comercialização da arroba no Brasil variam muito. Além da diferença comum entre as praças – diferencial de base -, existem as diferenças entre animais que atendem ou não o padrão exportação (ex: “boi China”), tamanho do lote, forma de pagamento e categoria animal. Os valores expostos aqui refletem algumas praças através de parceiros que nos enviam as informações de pecuaristas que fizeram as suas negociações com a indústria de sua região. Por isso é sempre importante ler o conteúdo entendendo que os valores citados na matéria refletem exclusivamente essas negociações e não a média do mercado.

Foto Divulgação

Cuidados e alertas com relação ao diferencial de base

“Os fatores que provocam essa diferença nos preços regionais (em relação às cotações de SP) podem ser creditados à oferta, ao clima, ao consumo (de carne bovina), a impostos e ao frete”, relata a analista Amanda Skokoff, da Scot Consultoria.

Como a precificação dos contratos no mercado futuro B3 tem como referência a praça de São Paulo, os pecuaristas de outras regiões pecuárias têm de considerar esse diferencial, acrescenta a analista. “Na prática, o diferencial de base auxilia na gestão de risco da propriedade diante da volatilidade e sazonalidade do mercado”, acrescenta Amanda.

O pecuarista, atualmente, que não a busca de algum tipo de proteção de preço (contratos futuros, a termo, entre outros) para sair do risco das oscilações do mercado, pode acabar não obtendo um seguro de preço para a atividade. “Sempre haverá altas e baixas no mercado e acreditar que o ápice de preços dure para sempre não é uma boa medida de gestão”, alerta Amanda.

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