Boi gordo sobe ou desce? Veja a cotação da arroba na sua região

Mercado segue pressionado por oferta maior de animais, mas exportações aquecidas sustentam parte dos preços do boi gordo

O mercado físico do boi gordo apresenta um cenário de preços mistos nas principais praças pecuárias do país, refletindo um momento de transição entre maior oferta de animais e demanda ainda aquecida do mercado externo. Com entradas de bois confinados, mudanças climáticas recentes e pressão dos frigoríficos, a cotação da arroba variou entre altas discretas e recuos pontuais, de acordo com dados levantados pela Safras & Mercado e Scot Consultoria.

Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, a frente fria da última semana reduziu a capacidade de retenção de animais por parte dos pecuaristas, forçando muitos a negociar.

Além disso, a entrada de animais oriundos de confinamentos próprios e parcerias (contratos a termo) aumentou a disponibilidade de gado pronto para abate. Esse cenário deu margem para tentativas de compra abaixo da referência por parte da indústria frigorífica.

Apesar dessa pressão, as exportações brasileiras seguem em ritmo forte, funcionando como um contrapeso importante. Nos primeiros 14 dias úteis de junho, o Brasil embarcou 168,8 mil toneladas de carne bovina, gerando uma receita de US$ 917 milhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Cotações da arroba do boi gordo por região

Confira os preços médios da arroba do boi gordo no mercado físico, segundo levantamento da Safras & Mercado:

  • São Paulo: R$ 315,08 (@)
  • Mato Grosso: R$ 318,11 (@)
  • Mato Grosso do Sul: R$ 313,52 (@)
  • Minas Gerais: R$ 299,71 (@)
  • Goiás: R$ 294,64 (@)

Já os dados da Scot Consultoria revelam a dinâmica específica do mercado paulista:

  • Boi gordo “comum”: R$ 310/@ (estável)
  • Boi-China: R$ 315/@ (queda de R$ 2/@)
  • Novilha gorda: R$ 295/@ (queda de R$ 3/@)
  • Vaca gorda: R$ 283/@ (estável)

As escalas de abate nos frigoríficos de São Paulo estão, em média, para oito dias, o que ainda indica algum nível de conforto na programação de abates.

Atacado e consumo interno

No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem estáveis. Segundo Iglesias, a tendência para os primeiros quinze dias de julho é de possível recuperação discreta, embora limitada pelo consumo doméstico, que ainda dá preferência a proteínas mais acessíveis, como frango, ovos e embutidos.

Cotações do atacado:

  • Quarto traseiro: R$ 23,00/kg
  • Quarto dianteiro: R$ 19,00/kg
  • Ponta de agulha: R$ 18,50/kg

Câmbio e impacto nas exportações

O dólar comercial fechou o dia em R$ 5,46 para venda, com alta de 0,48%, o que favorece as exportações de carne, tornando o produto brasileiro mais competitivo no mercado internacional.

Apesar da pressão baixista causada pela maior oferta de animais prontos para abate, o mercado do boi gordo ainda encontra sustentação nas exportações e no interesse por carne de qualidade. O cenário deve continuar volátil nas próximas semanas, com os frigoríficos buscando manter margens e os pecuaristas atentos às escalas e à demanda externa.

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