Boi gordo tem forte valorização em importantes praças; veja onde vale R$ 305/@

Mercado do boi gordo reage com oferta mais enxuta, demanda aquecida e influência do consumo interno e externo; veja cotação da arroba hoje

O mercado do boi gordo iniciou agosto com sinais claros de recuperação e sustentação de preços. Após semanas de instabilidade provocadas pela incerteza em torno do tarifaço dos Estados Unidos sobre a carne bovina brasileira, as cotações voltaram a subir em importantes praças pecuárias, impulsionadas por uma combinação de fatores: oferta restrita de animais prontos para abate, aumento nas compras de países como o México e expectativa de maior consumo doméstico com a proximidade do Dia dos Pais.

De acordo com levantamento da Scot Consultoria, o boi gordo sem padrão-exportação em São Paulo voltou ao patamar simbólico de R$ 300/@ (preço bruto, no prazo), enquanto o boi-China está cotado a R$ 305/@.

As fêmeas também apresentaram valorização: vaca a R$ 275/@ e novilha a R$ 282/@. Essa reação ocorre após um mês de julho marcado por forte pressão negativa devido à confirmação do governo Trump, no dia 30/7, de um imposto adicional de 40% sobre a carne bovina brasileira, somado a tarifas já existentes.

A postura mais cautelosa dos pecuaristas, evitando negociar abaixo do valor esperado, também contribuiu para segurar e até elevar os preços do boi gordo. Conforme a Agrifatto, as escalas de abate estão, em média, em sete dias úteis, refletindo a menor oferta de boiadas gordas.

Alta do boi gordo em dez Estados

A Agrifatto identificou avanços nas cotações do boi gordo em dez praças monitoradas: SP, GO, MG, MS, MT, PA, PR, RJ, SC e TO. Nos demais Estados avaliados (AC, AL, BA, ES, MA, RO), as cotações permaneceram estáveis. Essa recuperação é atribuída principalmente à redução da oferta e ao bom desempenho do mercado interno.

México impulsiona exportações

Outro fator relevante é a expansão das vendas para o México, que aumentou em 420% no primeiro semestre deste ano, saltando de 3,1 mil para 16,1 mil toneladas de carne bovina. Esse mercado se consolida como alternativa estratégica em meio às barreiras comerciais impostas pelos EUA.

No mercado atacadista, a carcaça bovina registra preços firmes: traseiro a R$ 22,40/kg, dianteiro a R$ 17,50/kg e ponta de agulha a R$ 17,00/kg. Analistas projetam que a demanda extra gerada pelo Dia dos Pais e a entrada dos salários no início do mês devem manter o viés de alta no curto prazo.

Brasil segue como líder global

Mesmo diante dos desafios, o Brasil mantém liderança absoluta no comércio internacional de carne bovina. Segundo o Beef Report 2025, o país responde por 21% das exportações globais — ou seja, 1 a cada 5 quilos de carne vendidos no mundo é brasileiro. Em 2024, o setor movimentou R$ 987,36 bilhões, equivalente a 8,4% do PIB nacional, exportando 2,89 milhões de toneladas para 157 países e faturando US$ 12,8 bilhões.

A cadeia produtiva brasileira também registrou recorde de 8,8 milhões de animais confinados e aumentou a produtividade das pastagens em mais de 70% nas últimas duas décadas, consolidando o país como potência sustentável e competitiva no cenário global.

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