
Exportações recordes e firmeza no atacado sustentam otimismo no mercado do boi gordo; consultorias apostam em preços firmes nessa reta final de 2025
O mercado físico do boi gordo segue em um cenário de ajustes regionais, marcado pela pressão exercida pelos frigoríficos, mas ainda mantendo um viés positivo para as cotações. Apesar de alguns recuos pontuais, a demanda internacional e a expectativa de maior consumo interno com a entrada dos salários no início do mês reforçam perspectivas de alta. Pecuaristas seguem cadenciando a negociação dos lotes prontos para abate.
De acordo com análise da Safras & Mercado, os frigoríficos de maior porte ainda trabalham com escalas de abate confortáveis, apoiados em contratos a termo e em confinamentos próprios. Essa condição oferece fôlego às indústrias, mas não elimina a tendência de reajustes de preços no curto prazo.
Diferença entre estados
Um ponto importante é o diferencial de base entre São Paulo e Mato Grosso. Dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que, em agosto, o boi gordo paulista subiu 2,23%, fechando a R$ 310,83/@, enquanto Mato Grosso teve alta de 1,13%, a R$ 296,92/@. O diferencial se alongou para -4,48% no período, mostrando a pressão maior sobre o mercado mato-grossense.
O Imea ressalta que, nos últimos 17 anos, setembro costuma trazer valorização média de 1,84% em relação a agosto. No entanto, para 2025, a expectativa é de ajustes mais limitados no curto prazo, com recuperação mais expressiva apenas no último trimestre.
Cotações médias do boi gordo (02/09/2025)
- São Paulo: R$ 312,42 (ontem: R$ 313,58)
- Goiás: R$ 305,54 (ontem: R$ 307,86)
- Minas Gerais: R$ 304,41 (ontem: R$ 303,24)
- Mato Grosso do Sul: R$ 317,05 (ontem: R$ 316,14)
- Mato Grosso: R$ 312,70 (ontem: R$ 313,72)
Atacado e consumo interno
No mercado atacadista, os preços se mantêm firmes. O quarto traseiro está cotado a R$ 22,90/kg, o dianteiro a R$ 18,25/kg e a ponta de agulha a R$ 17,25/kg. A expectativa é de reajustes ao longo da primeira quinzena, impulsionados pela reposição entre atacado e varejo após o pagamento dos salários.
Fatores externos
O câmbio também influencia o cenário. O dólar encerrou a última sessão em R$ 5,4753, em alta de 0,66%, o que reforça a competitividade da carne bovina brasileira no mercado externo.
Em resumo, mesmo com a pressão das escalas de frigoríficos e a concorrência de proteínas mais baratas, o boi gordo mantém fundamentos sólidos de alta, apoiados em exportações recordes, firmeza no atacado e perspectiva de recuperação de preços no último trimestre de 2025.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.