
Mercado físico do boi gordo mantém firmeza e exportações seguem impulsionando preços, apesar do impacto tarifário dos EUA; Expectativa para o curto prazo é de manutenção do viés de alta
O mercado do boi gordo no Brasil encerrou a semana com valorização expressiva, registrando cotações acima de R$ 319/@ em Mato Grosso do Sul e consolidando uma trajetória de recuperação iniciada no começo de agosto. Mesmo diante do recente “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos, os preços se mantêm firmes, sustentados por exportações robustas e oferta controlada de animais prontos para abate.
Analistas reforçam que, neste momento, a conjuntura favorece o produtor, com expectativa de estabilidade e possíveis novos ajustes positivos até o fim do mês. Ainda segundo informações dos especialistas, as exportações seguem impulsionando preços, apesar do impacto tarifário dos EUA.
Boi gordo mantém firmeza nas praças e destaque para Mato Grosso do Sul
Segundo dados da Safras & Mercado, as principais praças produtoras registraram preços consistentes: São Paulo fechou a semana a R$ 314,87/@, Goiás a R$ 300,71/@, Minas Gerais a R$ 300,29/@, Mato Grosso a R$ 307,70/@ e Mato Grosso do Sul liderou, com R$ 319,20/@. Essa valorização ocorre em um cenário de escala média de abate curta, próxima de sete dias, o que reduz a pressão sobre os valores pagos ao produtor.
Exportações puxam a demanda
O desempenho das exportações continua sendo um dos principais motores dessa valorização. O Brasil segue embarcando carne bovina em grande volume e com potencial de quebrar recordes em receita e tonelagem até o fim do ano. A China mantém-se como principal destino, mas outros mercados vêm ganhando relevância, ajudando a diluir riscos comerciais.
De acordo com Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria, o segundo semestre historicamente favorece o escoamento externo e interno, devido à entressafra da “boiada de capim” e a uma demanda mais aquecida no comércio varejista, especialmente nas festas de fim de ano.
Mercado interno e concorrência com outras proteínas
No mercado atacadista, os preços também permanecem firmes: o quarto traseiro segue cotado a R$ 23,30/kg, o quarto dianteiro a R$ 18,00/kg e a ponta de agulha a R$ 17,20/kg. Ainda assim, a carne de frango se mantém mais competitiva, o que pode limitar altas mais agressivas no boi gordo ao longo da segunda quinzena, quando o consumo interno tende a retrair.
Perspectivas para agosto
A Agrifatto observa que, desde o início do mês, o mercado apresenta oscilações pontuais com viés de alta, e que, mesmo com a sazonalidade negativa na segunda quinzena, a combinação de oferta restrita e bom desempenho externo deve manter as cotações sustentadas.
O consenso entre analistas é que o patamar atual dificilmente recuará no curto prazo, podendo até registrar incrementos moderados até o fim de agosto.
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