Boi gordo vale R$ 323/@, mas apenas para uma categoria; veja qual e onde

Alta no mercado do boi gordo foi registrada para o boi-China e cortes com osso, fatores que impulsionaram parte do mercado em abril, enquanto outras regiões recuaram

O mercado do boi gordo terminou o mês de abril com movimentações regionais divergentes e destaque para o boi-China, que atingiu R$ 323/@ em São Paulo, segundo a Scot Consultoria. No entanto, essa cotação premium não se estende a todos os animais: o preço mais elevado se restringe ao animal jovem, com até 30 meses de idade, abatido com padrão para exportação à China.

Regiões com maiores valorizações em abril

De acordo com levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o mercado físico apresentou firmeza até a Semana Santa, mas perdeu força após a Páscoa. Ainda assim, a maioria das praças fechou abril em alta frente a março.

As principais valorizações ocorreram em:

  • Oeste da Bahia: +14%
  • Barra do Garças (MT): +7,5%
  • Norte de Minas e Colíder (MT): +6%
  • Cuiabá, Cáceres (MT) e Centro-Sul Baiano: +5%
  • Rondonópolis, Sorriso (MT), Campo Grande, Três Lagoas, Dourados e Cassilândia (MS): entre +3% e +4%
  • Noroeste do Paraná e Triângulo Mineiro: +2%

Regiões com estabilidade ou queda no boi gordo

Já os menores desempenhos ficaram concentrados em estados tradicionalmente importantes:

  • Goiânia (GO): estabilidade
  • São Paulo, Pará e Rondônia: leves recuos
  • Rio Grande do Sul, Tocantins, Rio Verde (GO) e Norte de Goiás: quedas de até 1,5%

Cortes bovinos no atacado: dianteiro em alta

Na análise da carne bovina com osso no atacado da Grande São Paulo, os cortes de menor valor agregado puxaram as altas:

  • Dianteiro e ponta de agulha: +6% a +7%
  • Traseiro (cortes nobres): +1%

A carcaça casada de boi teve valorização de 3,4%, com preço médio mensal de R$ 22,94/kg, 31% acima da média deflacionada de abril de 2024, que era R$ 17,53/kg. A carcaça de vaca subiu 2,1% no período.

Primeiros dias de maio: mercado do boi gordo ainda lento

A Scot Consultoria informou que o início de maio foi marcado por poucos negócios após o feriado. Em São Paulo, os preços seguem nos seguintes patamares:

  • Boi comum: R$ 318/@
  • Vaca gorda: R$ 285/@
  • Novilha: R$ 303/@
  • Boi-China: R$ 323/@ (preço bruto e a prazo)

A Agrifatto também detectou estabilidade em São Paulo e nas outras 16 praças que monitora diariamente. A média nacional entre boi comum e boi-China foi de R$ 300,20/@, enquanto São Paulo ficou em R$ 320/@.

Pressão no mercado internacional

No comércio externo, a China segue comprando em volumes reduzidos, o que pressiona os preços da carne brasileira. Segundo a Agrifatto:

  • O dianteiro bovino brasileiro chegou a ser negociado por US$ 6.000 a US$ 6.100/t no início de abril.
  • Atualmente, os compradores chineses oferecem entre US$ 5.600 e US$ 5.700/t, já levemente acima dos US$ 5.400/t da semana anterior.

Apesar de sinais de recuperação do consumo interno chinês, a resistência em pagar mais se mantém.

Mercado futuro: recuo antes do feriado

Na B3, o contrato de boi gordo com vencimento em maio/25 encerrou a quarta-feira (1º) com queda de 0,77%, cotado a R$ 323,75/@.

Embora o boi-China siga sendo negociado por até R$ 323/@ em São Paulo, essa valorização não se aplica ao mercado como um todo. A dinâmica atual reflete uma combinação de fatores: demanda seletiva no exterior, reação pontual de preços em algumas regiões e queda de ritmo após o feriado. Para o produtor, o desafio segue sendo monitorar o perfil do animal, o timing da venda e a praça de atuação.

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