Boi gordo vive período desafiador e pecuaristas ficam sem pasto

“Com chuvas esparsas na segunda quinzena do mês e temperaturas elevadas em boa parte do Centro-Oeste e parte da Região Norte, há uma maior dificuldade em segurar o boi gordo, aumentando a necessidade e a urgência de negociar”; confira

O mercado físico do boi gordo no Brasil apresenta uma acomodação nos preços nas principais praças de produção e comercialização, embora o cenário ainda mostre um viés negativo. Segundo especialistas, os frigoríficos estão com escalas de abate confortáveis, impulsionadas pela grande oferta de animais em todo o país.

A oferta elevada de boiadas gordas, especialmente em regiões como Mato Grosso, onde os preços começaram a sinalizar para baixa, é um dos principais fatores que contribuem para essa acomodação. As condições climáticas, com chuvas esparsas e temperaturas elevadas em partes do Centro-Oeste e da Região Norte, dificultam a retenção dos animais nas pastagens, forçando os pecuaristas a negociar mais rapidamente.

Com chuvas esparsas na segunda quinzena do mês e temperaturas elevadas em boa parte do Centro-Oeste e parte da Região Norte, há uma maior dificuldade em segurar os animais, aumentando a necessidade e a urgência de negociar”, afirmou Fernando Henrique Iglesias, analista da Consultoria Safras & Mercado.

De acordo com a Agrifatto, embora o volume de negócios tenha sido mediano, são considerados suficientes para alongar o atendimento das escalas em treze abates, na média nacional. Nesse contexto,
três das dezessete regiões produtoras monitoradas desvalorizaram a arroba na quarta-feira: GO, MG e MT. As outras catorze mantiveram suas cotações laterais.

“Com o fim da ‘safra de capim’ ganhando força Brasil afora, as cotações da arroba estão pressionadas”, reforça a Scot Consultoria. Nas praças paulistas, o frigorífico comprador está confortável e as escalas avançaram, estando programadas para, em média, 15 dias. Segundo as análises, a falta de chuva em São Paulo reduziu a massa e qualidade das pastagens, o que elevou a necessidade de venda dos bovinos para diminuir a pressão aos sistemas de pastagem.

Preços do boi gordo

São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abates de treze dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de treze dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de dez dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de doze dias;

Tocantins — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de catorze dias;

Pará — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de catorze dias;

Goiás — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de treze dias;

Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de treze dias;

Maranhão — O boi vale R$200,00 por arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de onze dias;

Paraná — O boi vale R$220,00 por arroba. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de dez dias.

O Indicador do Boi Gordo CEPEA/B3 – mercado futuro -, referente ao dia 16 de maio de 2024, registrou R$ 225,90 por arroba, com uma variação diária negativa de 0,26% e uma queda mensal de 1,50%. Esses dados refletem a complexidade do mercado, onde o curto prazo aponta para uma pressão de baixa nos preços, enquanto as expectativas futuras sinalizam uma possível recuperação.

Mercado atacadista

O mercado atacadista de carne bovina enfrenta um período de baixa demanda e preços acomodados. Ao longo da semana, as vendas no varejo e atacado foram consideradas fracas, com mercadorias estacionadas e adiamentos de descargas. Os preços dos produtos com ossos caíram em relação à semana passada, com negócios sendo fechados a R$ 13,50/kg, contra R$ 14,00/kg anteriormente. Este cenário reflete uma tendência de ajustes negativos de curto prazo nas cotações dos animais terminados, com uma perda de liquidez que promete continuar até o final de maio.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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