
Cenário desafiador se alastra também dentro da porteira, já que os preços tem deixado o pecuarista sem margem e desanimado em relação ao futuro da atividade; A tendência de queda é compreensível, dada a atual situação dos estoques de carne nos frigoríficos
O mercado físico do boi gordo registrou nova queda nos preços nesta terça-feira, 25, conforme apontado pelas principais consultorias que acompanham o mercado diariamente pelo país. Segundo eles, a tendência de queda é compreensível, dada a atual situação dos estoques de carne nos frigoríficos, já que o consumo do mercado interno segue patinando. Esse cenário desafiador se alastra também dentro da porteira, já que os preços tem deixado o pecuarista sem margem e desanimado em relação ao futuro da atividade.
Entretanto, lembramos que é importante estar atento ao ciclo pecuário. Esse é composto por momentos de baixa e de alta – seja no boi gordo ou na cria. Sendo assim, o atual momento reflete um cenário de baixa das cotações do boi gordo, menor atratividade para o setor da cria e, consequentemente um melhor momento para garantir a reposição. Apontamos ainda que, segundo os analistas, o mercado deve voltar a apresentar pico de alta nos preços no final de 2025.
Em São Paulo, a situação é ainda mais desafiadora devido ao aumento das escalas de abate no estado, de acordo com o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. Ele destaca que o cenário é agravado pela evolução da oferta da carne de frango nas últimas semanas, levando os consumidores a priorizarem essa opção em detrimento da carne bovina.
Segundo a Scot Consultoria, as escalas de abates tranquilas, a ponta compradora desacelerou. Com isso, as cotações de todas as categorias de bovinos para o abate estão estáveis na comparação diária, apontou seu relatório diário. Com isso, o boi gordo está sendo negociado em R$240,00/@, a vaca gorda em R$212,00/@ e a novilha gorda em R$230,00/@, preços brutos e a prazo.
A cotação do “boi China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está em R$250,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$10,00/@ em relação ao boi comum. Porém, ainda segundo as consultorias, a procura tem reduzido diante das renegociações dos contratos com os importadores. Além disso, os preços da tonelada da carne apontaram para um recuo de 22% no faturamento desse ano com as exportações.
Ainda em relação aos preços do mercado interno, o INDICADOR DO BOI GORDO CEPEA/B3, voltou a apresentar uma nova desvalorização de 4,17% no comparativo diário. Sendo assim, os preços que estavam em R$ 247,10/@ (24/07) recuaram para R$ 243,60/@ (25/07). Esse recuo reforça, ainda mais, o cenário desafiador que vive a pecuária de corte brasileira nesse ano. Confira o gráfico abaixo.

“Embora a oferta de animais prontos para abate continue enxuta, poucas unidades frigoríficas estão ativamente nas compras”, afirma os analistas da S&P Global. De acordo com a consultoria, muitas indústrias alegam possuir elevados estoques de carne nas câmaras frigoríficas em função da morosidade no escoamento da produção.
Desta forma, a estratégia adotada é limitar as compras de gado gordo e aguardar por repiques de negócios com a virada de mês (fim das férias escolares e período de recebimento dos salários nas contas dos trabalhadores).
Exportações de carne bovina in natura recuam 14,6% na parcial de julho/23, aponta Secex
No acumulado dos primeiros 15 dias úteis de julho (acumulado em três semanas), o Brasil embarcou 117,6 mil toneladas de carne bovina in natura, com fluxo médio no período de 7,84 mil toneladas/dia.
O resultado representa uma queda de 14,6% frente à média de junho/23 e retração de 1,5% em relação ao volume médio de julho/22, informam as consultorias do setor, com base em dados divulgados nesta terça-feira (25/7) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O preço médio da tonelada exportada também recuou no período analisado, caindo para US$ 4.755,40, valor 5,9% abaixo da cotação média de junho/23 e queda de 27,4% frente ao valor médio da tonelada de julho/22 (US$ 6.549,9).

As cotações para a arroba do boi gordo pelo Brasil
- R$ 239 em São Paulo (Capital);
- R$ 235 em Dourados (MS); R$ 213 em Cuiabá;
- R$ 225 em Goiânia (GO);
- R$ 240 em Uberaba (MG).
Preços no mercado atacadista
O mercado atacadista também apresentou queda nos preços.
O alto volume de produtos estocados nas indústrias frigoríficas tem dificultado o escoamento da carne no atacado, resultando em preços mais baixos.
Além disso, a concorrência com outras proteínas, especialmente a carne de frango, que demonstra sinais de sobreoferta, tem levado os consumidores a optarem por essa alternativa, como destaca Iglesias.
No segmento atacadista, os preços registrados foram:
- R$ 17,00 por quilo para o quarto traseiro, com queda de R$ 0,30;
- R$ 12,65 por quilo para o quarto dianteiro, com queda de R$ 0,55;
- R$ 12,50 para a ponta de agulha, representando uma queda de R$ 0,50.
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