Boi gordo volta a subir em importantes praças pecuárias; veja o preço da arroba

Após semanas de pressão baixista, mercado do boi gordo apresenta recuperação em nove praças; demanda interna e cenário externo sustentam alta

O mercado físico do boi gordo iniciou esta semana com um movimento de recuperação que surpreendeu muitos analistas e pecuaristas. Após um mês marcado por forte pressão baixista, com frigoríficos impondo valores abaixo da média para garantir margens, a quarta-feira registrou alta em todas as nove praças pecuárias monitoradas, sinalizando uma possível reversão de tendência para agosto.

O impulso inicial veio de frigoríficos de menor porte, que começaram a sentir escalas de abate mais ajustadas. “O movimento de recuperação teve início com os frigoríficos de menor porte, que começam a se deparar com escalas de abate mais confortáveis”, explicou Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado.

Boi gordo tem altas expressivas nas principais praças

Entre os destaques, o Pará apresentou o maior avanço diário, com alta de 2,11%, fechando a arroba a R$ 278,23. No Mato Grosso do Sul, a valorização foi de 1,45%, levando o preço para R$ 302,92. Já em São Paulo, a arroba subiu para R$ 296,92, contra R$ 295,37 do dia anterior.

Confira as cotações médias registradas:

  • São Paulo: R$ 296,92 (+0,52%)
  • Goiás: R$ 278,04 (+0,78%)
  • Minas Gerais: R$ 287,06 (+0,41%)
  • Mato Grosso do Sul: R$ 297,16 (+0,54%)
  • Mato Grosso: R$ 290,61 (+0,14%)

Mercado atacadista mantém preços estáveis

No atacado, a carne bovina mantém preços acomodados. O quarto traseiro segue cotado a R$ 21,40/kg, o dianteiro a R$ 17,50/kg e a ponta de agulha a R$ 17,00/kg. A expectativa é que, com a entrada dos salários e o aumento do consumo típico do Dia dos Pais, haja maior fôlego para os preços na primeira quinzena de agosto.

Entretanto, a carne bovina continua enfrentando forte concorrência de proteínas mais acessíveis, como a carne de frango, que limita o espaço para grandes avanços nas cotações.

Cenário externo e tarifas dos EUA

No mercado internacional, o Brasil ainda lida com o impacto da recente decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, sem conceder exceção à carne bovina. Isso praticamente inviabiliza a competitividade do produto brasileiro no mercado norte-americano.

Apesar disso, o ritmo das exportações segue firme, e o país pode ampliar participação em outros mercados com a realocação da oferta global. Apesar disso, o mercado segue firme e colaborando para a sustentação nos preços da arroba do boi gordo no mercado interno.

Mercado futuro também reage

Na B3, o contrato para o boi gordo com vencimento em setembro de 2025 avançou 1,17% no dia, sendo negociado a R$ 323,10/@. Esse movimento reforça a leitura de que os preços podem continuar encontrando sustentação no curto prazo.


📌 Resumo do momento

O mercado do boi gordo retoma fôlego após semanas de queda, sustentado por uma combinação de escalas mais ajustadas, expectativa de aumento no consumo interno e resiliência das exportações. Apesar do desafio imposto pelas tarifas dos EUA, o Brasil segue competitivo no cenário global e, no curto prazo, a tendência é de preços firmes, com possível valorização moderada nas próximas semanas.

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