
Saber quantos anos vive um boi te ajuda com vários aspectos na propriedade, desde a compra até o momento que ele deixará de produzir de forma efetiva
A expectativa de vida dos bovinos vai muito além de um simples dado biológico — trata-se de um indicador fundamental para o sucesso da atividade pecuária. Quando os produtores compreendem como prolongar de forma saudável a vida de seus animais, é possível melhorar o desempenho reprodutivo, otimizar os investimentos em genética, reduzir a taxa de descarte precoce e aumentar os lucros a longo prazo.
Quantos anos vive um boi? E por que isso importa?
Em ambientes bem manejados, os bovinos podem viver entre 18 e 22 anos. No entanto, esse potencial natural raramente é atingido dentro dos sistemas produtivos. Isso porque, na prática, o que determina o tempo de permanência no rebanho não é apenas a longevidade biológica, mas sim a vida útil produtiva — o período em que o animal oferece retorno econômico, seja na produção de carne, leite ou como reprodutor.
Por exemplo, bois destinados ao abate são geralmente comercializados entre 2,5 e 4 anos de idade, com foco em eficiência de ganho de peso e qualidade da carne. Já as vacas leiteiras tendem a permanecer mais tempo na propriedade, mas muitas são descartadas em torno dos 8 a 10 anos devido à queda na produtividade.
A famosa vaca “Big Bertha”, que viveu até os 48 anos e teve 39 crias, é uma exceção que demonstra o que a genética aliada ao manejo de excelência pode proporcionar.
Fatores que impactam diretamente a vida dos bovinos
Prolongar a vida dos animais de forma saudável requer um conjunto de ações integradas que envolvem nutrição, sanidade, bem-estar e boas práticas de manejo. Veja os principais pontos que interferem na longevidade dos bovinos:
1. Nutrição equilibrada ao longo das fases da vida
Cada estágio do desenvolvimento — da cria ao animal adulto — exige atenção específica à dieta. A simples oferta de pasto não garante uma nutrição completa. Vitaminas, sais minerais, proteínas e energia devem ser oferecidos de forma ajustada às exigências do rebanho.
Durante o período das águas, o sal mineral é fundamental para complementar os nutrientes que o pasto não fornece. Já na seca, a suplementação proteica (como o sal proteinado) é essencial para manter a saúde e o desempenho.
2. Cuidados com a saúde e prevenção de doenças
Um calendário sanitário bem executado, com vacinação e controle de parasitas, é indispensável para evitar perdas por enfermidades. Ações de biossegurança e visitas regulares do médico veterinário aumentam significativamente a chance de detecção precoce de problemas.
A Embrapa e o MAPA fornecem diretrizes confiáveis para a manutenção da sanidade animal nas propriedades brasileiras.
3. Genética adaptada ao ambiente
Investir em animais com genética voltada para resistência a doenças, adaptabilidade climática e boa performance reprodutiva é uma estratégia de longo prazo. Além de reduzir custos com tratamentos, isso também favorece um rebanho mais produtivo e longevo.
4. Bem-estar e ambiente adequado
Estresse, superlotação, calor excessivo e manejo agressivo são fatores que diminuem a qualidade de vida e aceleram o desgaste físico dos bovinos. Ambientes limpos, espaços amplos, sombra natural ou artificial e práticas de manejo humanizado contribuem para um gado mais saudável e produtivo.
Inclusive, acidentes com animais durante o transporte ou dentro da propriedade podem ser evitados com treinamento adequado e divisão justa das tarefas entre os colaboradores.
Por que investir em longevidade compensa?
Garantir que os bovinos vivam mais e com saúde representa uma economia significativa para o produtor. Quanto mais tempo um animal permanece produtivo no rebanho, menor será a necessidade de reposição e maior será o retorno sobre o investimento feito em sua criação.
Além disso, a longevidade está diretamente relacionada à sustentabilidade da atividade. Um rebanho mais saudável consome menos recursos com tratamentos emergenciais, tem menor impacto ambiental e entrega uma produção mais estável.
Manejo correto é a chave para o sucesso
Cuidar bem dos bovinos começa antes mesmo do nascimento — com o acompanhamento da saúde da matriz gestante — e se estende por toda a vida do animal. Desde a escolha do alimento até o descarte final, todas as decisões devem ser orientadas para a eficiência e o bem-estar.
Pergunte-se: O que estou oferecendo hoje ao meu rebanho garante não só a sobrevivência, mas também o desempenho que espero?
A suplementação alimentar, por exemplo, não deve ser vista como custo, mas como um investimento estratégico. Um bovino bem alimentado adoece menos, cresce mais rápido e vive por mais tempo.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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