Boiada segue valorizada com arroba a R$ 260 e viés de alta

Movimento é de valorização contínua da arroba; Preço segue com forte viés altista, sem espaço para ajustes negativos, ao menos no curtíssimo prazo.

Ao longo desta semana, os preços do boi gordo subiram em todas as principais praças pecuárias do Brasil, reforçando a tendência altista no mercado. O movimento de valorização da arroba continua tendo suporte na enorme escassez de oferta de animais terminados, relata a IHS Markit. Essa falta de boiadas prontas reflete o período de entressafra no Brasil e menor alojamento de animais nos confinamentos de 2020, em função principalmente dos preços elevados dos insumos que compõem a ração animal, como o milho e farelo de soja.

Neste contexto, observa a IHS, mesmo em um momento redução no consumo da proteína no mercado interno – devido ao período de final de mês, quando teoricamente sobra menos dinheiro no bolso dos trabalhadores –, os preços pagos pela arroba bovina seguem com forte viés altista, sem espaço, ao menos no curtíssimo prazo, para ajustes negativos.

Em São Paulo – referência para outras praças do País –, o valor médio para o animal terminado saltou de R$ 255,01/@ na quinta-feira (24/9), para R$ 254,85/@, nesta sexta-feira (25/9), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 239,92/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 244,88/@.

Segundo informado pelo pecuarista de Piquerobi/SP, o valor negociado para o Boi China foi de R$ 255,00/@ com pagamento a vista e abate para o dia 29 de setembro. Esse é o maior valor registrado para a praça até o momento!

Na sexta-feira, 25, o Indicador do boi gordo Cepea/B3 fechou a R$ 255,65, com elevação de 1,23% no acumulado da parcial de setembro. Já o valor do Boi Gordo, a prazo Praça de São Paulo, fechou cotado a R$ 256,05/@.

Segundo os dados da Scot Consultoria, o valor da arroba atingiu o patamar de R$ 260/@, preço bruto sem o desconto do Funrural, mas com desconto de 0,2% referente ao Senar, para a região pecuária de Alagoas.

Movimento desta sexta-feira

Nesta sexta-feira, o mercado físico do boi gordo seguiu com preços firmes entre as principais praças pecuárias do Brasil, informa a IHS Markit.

Apesar de os frigoríficos brasileiros operarem com escalas posicionadas para cinco dias úteis, em média, já se observa uma maior resistência por parte dos compradores para aumentar os valores oferecidos pela arroba, observa a consultoria. Isso porque, nesta metade final do mês de setembro, as vendas de carne bovina nos atacados domésticos se mantiveram em níveis baixos.

Na avaliação da IHS Markit, apesar da cotação da carne bovina ter apresentado nova alta nesta sexta-feira no atacado, não há espaço para maiores repasses (dos altos custos da arroba do boi) para os preços dos cortes, principalmente os menos nobres. Diante disso, “há registro de plantas com produção suspensa e férias coletivas para os funcionários”, informa a consultoria.

Do lado vendedor, a restrição de oferta de animais, reflexo da dificuldade dos pecuaristas em comprar gado magro e fazer a reposição das pastagens, também limita possíveis ajustes negativos na cotação da arroba, acrescenta a IHS.

Alta no atacado

No atacado, a procura pela proteína bovina se manteve retraída nesta sexta-feira. No entanto, o preço dos cortes de traseiro subiu para R$18,70/kg, sustentado pela menor oferta de carne, devido sobretudo à dificuldade das indústrias em avançar com as escalas de abate e manter a produção regular. O couro bovino também registrou altas, ficando em R$ 0,94/kgm reflexo da forte queda na produção.

Giro pelas praças

  • Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 254 a arroba.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, a cotação chegou a R$ 252 a arroba.
  • Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, os preços ficaram em R$ 250 a arroba.
  • Em Goiânia, Goiás, o valor indicado foi de R$ 242 a arroba.
  • Já em Cuiabá, no Mato Grosso, a arroba foi negociada a R$ 236.

Mesmo em meio a baixa liquidez de negócios, algumas praças pecuárias registraram ajustes positivos nesta sexta-feira, sustentados principalmente pela escassez de animais terminados. No Rio Grande do Sul, lotes envolvendo fêmeas foram negociados a valores acima das máximas anteriores.

No Mato Grosso, frigoríficos exportadores ofereceram valores mais altos para conseguir originar matéria prima. No Mato Grosso do Sul, a cotação da vaca registrou leve avanço nesta sexta-feira. Em Minas Gerais, negócios pontuais também foram efetivados a valores mais elevados. Em Gurupi-TO, a restrição de oferta voltou a promover ajustes positivos nos preços locais.

Compre Rural com informações da Agrobrazil, Cepea, IHS Markit, Agência Safras e Portal DBO

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