Bolívia suspende ureia ao Brasil e afeta agro brasileiro

Estatal boliviana não está enviando a matéria prima para a indústria de Rio Brilhante e prejudica economia do Mato Grosso do Sul.

A suspensão no fornecimento de ureia por parte da estatal boliviana YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos) está afetando a produção da fábrica de fertilizantes líquidos da Hinove em Rio Brilhante e também a oferta do produto para os produtores rurais de Mato Grosso do Sul. Em ofício enviado na semana passada à empresa boliviana pela Hinove, o grupo solicita a YFPB que mantenha o contrato de fornecimento da ureia, e a continuidade de exportação do produto, e diz estar sofrendo sérios prejuízos com a falta da matéria-prima.

A unidade da Hinove Agrociência em Rio Brilhante ocupa área de 100 mil metros quadrados e gera 25 empregos diretos. A fábrica terá capacidade de produção de 24.642 toneladas nos dois primeiros anos de atividade, chegando a 68.462 toneladas no quarto e quinto ano de funcionamento. Foram investidos R$ 25 milhões, sendo R$ 17 milhões do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FCO) e o restante recursos próprios. A empresa conta com incentivos fiscais do Governo do Estado e da Prefeitura.

Mesmo assim depende basicamente da matéria prima boliviana. Diante da situação, a direção da Hinove pediu ajuda do Governo do Estado que já solicitou oficialmente a YPFB e ao ministro dos Hicrocarburos da Bolívia uma solução para a situação e também acionou as embaixadas dos países para resolver o problema.

O secretário e Estado de Produção, Jaime Verruck, explica que foram procurados na sexta-feira pela direção da Hinove que explanou as dificuldades. “A Hinove trabalha com a ureia importada e se manifestou em função da falta do produto disponibilizado pela YPFB. Fomos procurados por eles e já enviamos ofício a Yacimientos e ao ministro de Hidrocarburos da Bolívia sobre a importância de retomar a produção de ureia”, frisou.

Verruck destaca que o Governo entende que isso ocorre em função de todos os problemas existentes na Bolívia e que culminaram com a suspensão da produção da ureia em Bulo Bulo. No entanto isso está trazendo consequências econômicas para MS não apenas para a Hinove que montou uma indústria de fertilizantes em Rio Brilhante importada da Bolívia, mas para a cadeia produtiva agropecuária.

Além da indústria que está tendo problema de atendimento aos clientes em função do não recebimento da matéria prima isso afeta a venda de fertilizantes aos produtores rurais de todo o País”, afirmou.

Diante do caso, o Governo do Estado se manifestou oficialmente na sexta-feira e encaminhou ofício a YPFB pedindo posicionamento sobre a retomada de produção e exportação em função do impacto que isso traz para a economia sul-mato-grossense. “Comunicamos ainda o Ministério das Relações Exteriores, através das embaixadas, porque a ureia não vem apenas para a Hinove mas também para uso agrícola e pecuário no estado de MS tanto que está previsto este ano a importação de, no mínimo, 500 mil toneladas de ureia para o Estado”, finalizou.

Via Campo Grande News

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