Bombardeios pioram ainda mais a crise dos fertilizantes

Urgente: A Guerra travada pela Rússia, vem criando uma catástrofe mundial quanto ao fornecimento de fertilizantes; “Certamente vai haver desabastecimento mundial”, dizem analistas!

O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo (atrás de China, Índia e Estados Unidos) e o maior importador mundial desses insumos. O solo brasileiro precisa muito de fertilizantes porque ele é naturalmente pobre em nutrientes“, explica José Carlos Polidoro, pesquisador da Embrapa Solos. Bombardeios pioram ainda mais a crise dos fertilizantes no Brasil e no mundo!

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, descartou totalmente a possibilidade de se importar fertilizantes russos durante a guerra na Ucrânia e reconheceu o impacto do conflito na Europa nos preços dos alimentos.

NOTA

Segundo os especialistas, enquanto a Guerra se manter, será impossível contabilizar os prejuízos causados no agronegócio mundial. Infelizmente, no curto prazo, não há solução ou oferta mundial para suprir toda a demanda de fertilizantes!

Entenda, em detalhes, abaixo como a invasão da Ucrânia pela Rússia pode afetar o agronegócio brasileiro, num momento em que a população já sofre com o alto preço dos alimentos. Uma guerra que acabou afetando grandes empresas de fertilizantes e as gigantes da logística marítima.

Mas qual é de fato o grau de dependência do Brasil dos fertilizantes russos? E isso foi sempre assim ou é um fenômeno recente?

Existem mesmo outras fontes de importação, caso o comércio com a Rússia venha a ser interrompido devido às sanções impostas ao país euroasiático? E a produção nacional, pode ser ampliada para suprir as necessidades do setor rural?

Em linhas gerais, o Brasil importa 85% dos fertilizantes que utiliza, e a Rússia responde por 23% dessas importações. A eventual falta de potássio é a que mais preocupa o setor e “certamente vai haver desabastecimento mundial” desse nutriente, dizem analistas.

Em 2021, dos mais de 40 milhões de toneladas de fertilizantes consumidos no país, 85% foram importados. A parcela das importações na demanda interna de adubos e fertilizantes tem crescido ano a ano: em 2017, os importados representavam 76% do total, segundo dados da Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos).

A soja é a principal cultura consumidora de fertilizantes no país. Somada com o milho, a cana-de-açúcar e o algodão, essas quatro culturas absorvem mais de 90% do fertilizante produzido ou importado pelo Brasil, destaca o pesquisador da Embrapa.

Míssil destrói mega navios de fertilizantes e grãos

Desde o início dos combates, diversos navios cargueiros foram atingidos de forma “acidental” por mísseis e bombas. Além disso, durante a semana, uma das maiores empresas de fertilizantes do mundo, teve seu escritório em Kiev, atingido por um míssil.

Um navio fretado pela Cargill Inc. foi atingido enquanto navegava em águas ucranianas no Mar Negro e atualmente está navegando para o sul em águas romenas para receber assistência. “O mercado ainda está lutando para ter uma visão clara da situação real no terreno”, disse um trader europeu de grãos. 

Observação: Para se ter uma ideia, o valor importado em fertilizantes da Rússia é quase 70% maior do que o segundo colocado nas importações, a China, de onde importamos US$ 2,1 bilhões em fertilizantes em 2021.

Efeito cascata

A menor oferta de trigo e milho pode elevar o preço mundial do trigo, afetando o Brasil, que compra o produto da Argentina. A elevação de preço do trigo e milho aumentam o preço de outros grãos, afetando diretamente nos custos de produção da pecuária de corte. Além disso, o maior valor pago para o milho direciona os agricultores a produzirem mais milho, diminuindo também a produção e oferta de soja, o que afeta os custos de produção de ração para a pecuária.

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Brasil será autossuficiente na produção de fertilizantes, mas somente em 30 anos

ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, disse nesta segunda-feira (7), que a segurança alimentar é uma questão de segurança nacional e isso passa pelos fertilizantes, problema que ganhou mais destaque com a guerra na Ucrânia, pois a Rússia e a Bielorussia, países que estão envolvidos no conflito, são os principais fornecedores de Potássio e de hidrogenados para o Brasil.

“Quando cheguei ao ministério, vi esse problema e comecei a trabalhar em um plano para resolver esse problema. EUA tem 80% de produção própria e 20% de importados, a China está mais ou menos nesse patamar e o Brasil, com essa potência do agro que é, tem que chegar nesses patamares de mais autossuficiência”, disse a ministra durante entrevista ao programa Sem Censura da TV Brasil, se referindo ao Plano Nacional de Fertilizantes, que será lançado este mês.

[Com] esse plano nós podemos alcançar a autossuficiência [de fertilizantes] em 30 anos. Agora, é claro, que não depende só do governo. O governo está fazendo um plano que fez junto com nove ministérios, mas também junto com a iniciativa privada. Nós precisamos de investidores que venham investir na exploração desse Potássio, ou na uréia”, disse a ministra.

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