BP Bioenergy: metas do RenovaBio podem ser mais agressivas

Maior previsibilidade no cronograma regulatório “abre o mercado para outros jogadores entrarem”, além de produtores e distribuidoras atualmente obrigados pelo programa.

São Paulo, 21 – O CEO da BP Bioenergy, Andres Guevara de la Vega, defendeu que as metas da Política Nacional de Biocombustíveis do Brasil (RenovaBio) sejam mais ambiciosas, combinadas com previsibilidade regulatória e aplicação rigorosa das regras pelo Estado. “As metas tendem a ficar sempre do lado inferior da faixa. Temos espaço para ser mais agressivos”, afirmou ele, durante painel na 25ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, que começou na segunda-feira (20) e termina nesta terça (21), em São Paulo (SP). Segundo o executivo, maior previsibilidade no cronograma regulatório “abre o mercado para outros jogadores entrarem”, além de produtores e distribuidoras atualmente obrigados pelo programa.

Guevara foi enfático sobre a necessidade de enforcement, termo que designa a capacidade do poder público de fazer cumprir a lei e aplicar penalidades a quem descumpre. “Sem enforcement não tem credibilidade. Precisamos ser firmes, rigorosos e ter todo o apoio do Estado para que as regras sejam cumpridas”, disse. Para ele, a incerteza jurídica atual prejudica o programa. “Essa incerteza que a gente está vivendo hoje não ajuda. Temos uma oportunidade para realmente fortalecer o programa para que continue mais 5, 10, 50 anos com esse sucesso.”

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O RenovaBio define metas anuais de descarbonização para distribuidoras de combustíveis e recompensa produtores certificados pela redução de emissões com créditos de descarbonização (CBios). Segundo o executivo, as 11 usinas da BP Bioenergy certificadas pelo programa reduziram suas emissões em 28% nos últimos cinco anos e operam com intensidade média de 22 gramas de CO2 por megajoule (gCO2/MJ), cerca de 21% abaixo da média do setor, de 28 gCO2/MJ. O indicador mostra quanto gás carbônico é emitido por unidade de energia gerada.

Duas unidades da BP, Monte Verde (MS) e Pedro Afonso (TO), estão no top 10 nacional de redução de emissões. “A evidência empírica dos últimos anos é muito positiva”, afirmou Guevara. Segundo ele, os resultados foram obtidos com adoção de práticas de agricultura regenerativa, incluindo uso de agentes biológicos para controle de pragas, substituição de fertilizantes químicos por orgânicos e melhorias nos processos de combate a incêndios. O CEO avaliou que o modelo brasileiro é “exportável” e pode servir de referência internacional.

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