A área plantada deve alcançar 48,8 milhões de hectares, crescimento de 2,1% ante os 47,8 milhões de hectares de 2024/25.
São Paulo, 28 – O Brasil deverá colher 178,1 milhões de toneladas de soja na safra 2025/26, aumento de 6 milhões de toneladas, ou 3,5%, em relação aos 172,1 milhões de toneladas da safra anterior, projetou o presidente da Agroconsult, André Pessôa, durante evento da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), ontem (27), em São Paulo. A área plantada deve alcançar 48,8 milhões de hectares, crescimento de 2,1% ante os 47,8 milhões de hectares de 2024/25.
Do incremento total esperado na produção, 3,6 milhões de toneladas virão da expansão de área e 2,3 milhões de toneladas da variação de produtividade. Segundo Pessôa, boa parte do ganho de produtividade está associado à recuperação da produção no Rio Grande do Sul, que foi muito afetada na safra passada. “Em vários Estados, especialmente no miolo do Centro-Oeste, vamos voltar a produtividades mais próximas da normalidade e não nos níveis que alcançamos em 2025”, disse. Em Mato Grosso, por exemplo, a expectativa é de produtividade na faixa de 62 a 62,5 sacas por hectare, abaixo dos quase 67 sacas alcançados na safra anterior.
O plantio da safra 2025/26 alcançou 85% da área estimada até 26 de novembro, em linha com a média dos últimos cinco anos e praticamente igual ao ritmo da safra 2024/25. “Está muito bom do ponto de vista da implantação da lavoura este ano, apesar do comecinho um pouco preocupante”, disse Pessôa, referindo-se ao atraso inicial em Mato Grosso devido à falta de chuvas em setembro.
O crescimento de área, embora represente cerca de 1 milhão de hectares, é considerado significativo diante das condições adversas do setor. “Pela situação atual da agricultura, é significativo crescer cerca de 1 milhão de hectares com a combinação de três fatores que temos enfrentado: alavancagem ainda relativamente alta, margens comprimidas bem baixas e custo de capital muito alto”, explicou Pessôa. O executivo destacou que produtores típicos do Cerrado têm hoje uma alavancagem acima de 2,5 vezes o Ebitda apenas dentro do sistema financeiro formal, sem contar dívidas contraídas fora do sistema bancário tradicional.
As exportações brasileiras de soja em 2026 devem alcançar 112 milhões de toneladas, alta de 2,7% em relação aos 109,1 milhões de toneladas projetados para 2025. O esmagamento doméstico deve atingir 60 milhões de toneladas em 2026, aumento de 2,5% ante as 58,5 milhões de toneladas estimadas para 2025. A safra deve ter entrega antecipada de volumes, com 11 milhões de toneladas disponíveis já na primeira quinzena de janeiro de 2026.