
Rastrear a origem do gado não é conversa de hoje no mundo. No Brasil, muito menos. Mapa lança Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búbalos e diz que vai rastrear seus 230 milhões de bovinos.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou nesta terça-feira (17) o Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búbalos (PNIB), que promete modernizar a rastreabilidade do rebanho brasileiro. A iniciativa, aguardada há duas décadas, será implementada de forma gradual até 2032 e tem como principal objetivo atender às exigências dos mercados internacionais e garantir maior segurança sanitária.
O PNIB representará um marco histórico para a pecuária nacional, que, apesar de sua importância global, carecia de um sistema padronizado e obrigatório de rastreabilidade individual. O plano começará a ser desenvolvido a partir de 2025 e prevê identificação individual de todo o rebanho bovino e bubalino brasileiro até 2032.
“Não estamos colocando um peso nos ombros dos produtores. O que vamos fazer nos próximos sete anos é colocar no sistema aquilo que já fazemos. Vamos mostrar para o mundo a qualidade do produto brasileiro”, afirmou Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, durante o lançamento do plano.
O que é o PNIB e como ele funciona?
O Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búbalos tem como proposta monitorar e registrar o histórico, a localização e a trajetória de cada animal individualmente. O sistema utilizará dispositivos de identificação, como brincos eletrônicos e bottons com chip, seguindo o padrão ISO 076 – código internacional de rastreabilidade para a carne.
Como será a identificação dos animais?
Os identificadores deverão ser aplicados antes da primeira movimentação do animal e serão invioláveis. Os dispositivos aceitos são:
- Brinco eletrônico;
- Botton eletrônico;
- Brinco do tipo bandeira + botton com chip;
- Brinco do tipo bandeira + botton sem chip.
Os dados serão registrados em uma Base Central de Dados, com acesso a informações como:
- Espécie e sexo;
- Data de nascimento e identificação;
- Origem e destino em movimentações;
- Guia de Trânsito Animal (GTA).
Cronograma de implementação
A implementação do PNIB ocorrerá em quatro etapas, com prazo final em 2032:
- Etapa 1 (2025): Desenvolvimento do sistema informatizado e da Base Central de Dados em nível federal.
- Etapa 2 (2026): Integração dos órgãos estaduais de sanidade agropecuária ao sistema.
- Etapa 3 (2027-2029): Identificação obrigatória inicial dos animais, iniciando por aqueles vacinados contra brucelose e incluídos em protocolos privados.
- Etapa 4 (2030-2032): Implementação em larga escala, tornando obrigatória a identificação para 100% do rebanho brasileiro.
Benefícios para a pecuária brasileira com a rastreabilidade
O PNIB foi amplamente elogiado por representantes do setor. Segundo Roberto Perosa, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), a rastreabilidade individual moderniza o setor, fortalece a confiança dos mercados internacionais e permite respostas rápidas a eventuais emergências sanitárias:
“A rastreabilidade individual é um passo decisivo. Além de proteger a cadeia produtiva, moderniza o setor e potencializa a abertura de novos mercados.”
Para os pecuaristas, a rastreabilidade individual também traz benefícios como gestão eficiente do rebanho e ganho de valor financeiro, especialmente com a maior valorização da carne rastreada em mercados internacionais exigentes.

Impacto no mercado internacional
O exemplo do algodão brasileiro, que se tornou o maior exportador mundial após implementar 100% de rastreabilidade, serve como inspiração. O PNIB coloca o Brasil em posição de destaque, reforçando sua imagem como fornecedor líder de carne bovina para mais de 150 países.
Com o avanço do PNIB, a expectativa é que a carne brasileira rastreada ganhe ainda mais espaço, especialmente nos mercados que valorizam a transparência e a segurança alimentar.
Desafios e adaptação dos produtores ao Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búbalos
Apesar do entusiasmo, especialistas alertam para os desafios da implementação, principalmente para pequenos produtores. Segundo Fernando Sampaio, diretor de sustentabilidade da Abiec, serão necessários esforços públicos e privados para apoio e capacitação:
“As regras foram pensadas para facilitar a adoção da rastreabilidade, mas será preciso um esforço conjunto para garantir a adesão de todos os produtores.”
Estados como Santa Catarina, Pará e São Paulo já se anteciparam com programas estaduais de rastreabilidade, facilitando a transição para o sistema nacional.
O PNIB é um passo histórico e estratégico para a pecuária brasileira, alinhando o setor às exigências internacionais e garantindo maior segurança sanitária. Com um cronograma bem definido, o plano oferece tempo de adaptação para os produtores, mas também traz um claro potencial econômico, com a promessa de valorização da carne rastreada no mercado global.
O Brasil, que é hoje o maior exportador de carne bovina do mundo, tem a oportunidade de consolidar sua liderança, reforçando sua reputação de qualidade e transparência.
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