Brasil realiza a maior exportação de sêmen bovino para a Índia

Central de inseminação artificial, Alta Genetics, bate recorde e realiza a maior exportação de sêmen bovino do Brasil para a Índia; confira de quais touros foram enviadas as doses

Participante frequente da lista dos maiores exportadores do agronegócio mundial, o Brasil tem agora mais um motivo para comemorar: a maior exportação de sêmen bovino do país para a Índia acaba de ser concretizada. A Alta, líder mundial no mercado de melhoramento genético bovino, realiza a maior exportação de sêmen bovino do Brasil para a Índia, considerado o maior produtor mundial de leite.

Foram exportadas 40 mil doses da raça Gir Leiteiro para Mumbai, na costa oeste indiana, coletadas de quatro touros da Alta, sendo o Ivã de Brasília, Haroldo Genipapo, Espetáculo e Trovão Santa Edwiges. A iniciativa marca uma significativa abertura de mercado para o comércio exterior do Brasil, comprovando a qualidade genética dos animais desenvolvidos aqui e, sobretudo, os rigorosos critérios que atendem para integrarem a bateria Alta, situação que renderá novas negociações e a expansão da pecuária leiteira.

O Gir Leiteiro é uma raça zebuína, originária da Índia, que traz muita rusticidade e é utilizada como base de vários projetos de produção, sendo um animal saudável e em equilíbrio, que produz com excelência. Com o intuito de selecionar os animais provados e consagrados, foram realizadas seleções respeitando as exigências do mercado indiano, como temperamento, genotipagem de Beta-Caseína A2A2 e diferenças entre famílias.

A variabilidade genética dos animais que estão na Alta e o reconhecimento do mercado pela qualidade que é oferecida contribuíram para o sucesso das negociações. Atualmente, mais de 500 touros estão em coleta na Central Alta, em Uberaba (MG), sendo mais de 300 animais de raças zebuínas. “Já fizemos grandes campeões e que até hoje se mantêm entre os 50 melhores touros da raça, lembrando que o Gir Leiteiro possui mais de 600 reprodutores registrados. Portanto, temos uma diversidade muito grande para oferecer ao mercado, de acordo com cada Plano Genético, cada sistema de produção”, afirma o gerente de Leite Nacional, Guilherme Marquez.

As tratativas com o governo indiano iniciaram em 2020 e, desde então, a Alta Brasil recebeu duas visitas ministeriais da Índia para a escolha dos touros. As doses passaram pelo rigoroso controle de qualidade e sanitário até estarem habilitadas para serem exportadas para a Índia. A exportação é a maior do mercado de vendas de sêmen bovino no Brasil e a primeira remessa chegou ao país no dia 1º de janeiro de 2024.

Considerada a maior produtora mundial de leite, a Índia deseja expandir a produção com os reprodutores brasileiros, visando o melhoramento genético dos animais por meio da inseminação artificial (IA). “Os indianos queriam animais especiais e enxergaram na Alta, juntamente com uma série de criadores, esse potencial. Hoje, o país mãe está importando da gente porque quer melhorar o rebanho deles, então só podemos parabenizar o selecionador brasileiro por fazer um melhoramento tão consistente dessa raça. Além disso, podemos ressaltar que acabamos de abrir um grande caminho para a pecuária brasileira e, com certeza, eles serão grandes importadores”, pontua o diretor da Alta Brasil, Heverardo Carvalho.

Para a supervisora de Comércio Exterior da Alta, Flávia Paschoal, esta exportação significa uma conquista muito importante para a empresa e o agronegócio brasileiro. “Produzimos de acordo com o protocolo sanitário entre Índia e Brasil. O Brasil é pioneiro no melhoramento genético de raças zebuínas e preenche os critérios de seleção da Índia, mostrando o nosso diferencial. A Alta detém um terço do mercado, sendo que uma a cada três doses de sêmen produzidas, comercializadas e exportadas são da Alta Brasil, e nós exportamos para mais de 15 países da América Latina, África e Ásia”, complementa.

Qualidade genética dos reprodutores Alta. Os touros que tiveram suas doses de sêmen exportadas possuem uma grande variabilidade genética e são consagrados no mercado brasileiro, vindo de grandes criatórios, como Estância K, Fazenda Genipapo, Fazenda Brasília, Santa Edwiges e Tropical Genética. “Ivã de Brasília foi líder de sumário de 2019 e um dos touros que mais comercializou sêmen da raça Gir Leiteiro no Brasil. O Haroldo, um reprodutor provado, líder em temperamento e em facilidade de ordenha. O Trovão se mostra na liderança, com estrutura corporal e produção de leite. Por fim, temos o Espetáculo, com uma genética consagrada, com vários anos de história”, destaca o zootecnista.

Exportações brasileiras em 2023. De acordo com os dados mais recentes do Index Asbia (Associação Brasileira de Inseminação Artificial), de janeiro a setembro de 2023, o Brasil exportou 252.598 doses de sêmen para aptidão leite e 348.692 doses para aptidão corte, para 24 países de diversos continentes, como América do Sul, América do Norte e África.

CONFIRA OS TOUROS QUE FORAM ENVIADOS:

Trovão Santa Edwiges
Haroldo Genipapo
Ivã de Brasília
Espetáculo

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