Brasil redobra cuidados com a Peste Suína Africana

Especialistas avaliam ações para manter o Brasil livre da Peste Suína Africana; A doença afeta os animais e não é prejudicial para humanos.

Manter o Brasil livre da Peste Suína Africana (PSA) passa por uma série de ações que vão da educação, da comunicação até a detecção precoce da doença, afirmaram especialistas ouvidos pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) durante uma live na última semana.

O presidente da Comissão Nacional de Aves e Suínos da CNA, Iuri Machado, foi o moderador do encontro virtual, que reuniu o coordenador geral de Planejamento e Avaliação Zoossanitária do Ministério da Agricultura (Mapa), Ronaldo Teixeira, a diretora Técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Sula Alves, e a chefe substituta da Vigilância Agropecuária (Vigiagro) de São Paulo, Marlene Bichler.

“O setor já estava mobilizado desde 2018 quando houve o surto na China e agora, com a chegada à República Dominicana, redobramos os cuidados porque é uma doença que traz um impacto econômico muito grande”, afirmou Machado.

A doença afeta os animais e não é prejudicial para humanos. Pode entrar em um país por diversas formas. A origem da Peste Suína Africana na República Dominicana ainda não foi esclarecida, explicou Ronaldo Teixeira, do Mapa.

Ele apresentou as ações de vigilância e contingência dentro do Plano de ação do órgão para prevenção da PSA. Ele destacou que as ações contra a doença devem ser feitas de forma integrada com foco principalmente na detecção precoce.

Para isso, Teixeira explicou que o Mapa elaborou materiais de divulgação para portos e aeroportos e desenvolve ações de comunicação para evitar o reingresso da doença no País. “Essas ações são extremamente importantes para detectar precocemente casos suspeitos e adotarmos as medidas iniciais de contenção”, disse.

Outra ação do Mapa apontada por Teixeira é o Plano Integrado de Vigilância de Doenças dos Suínos 2021, que visa fortalecer a capacidade de detecção precoce, demonstrar ausência das doenças nas populações de suínos e priorizar inspeções e colheitas em propriedades de maior risco.

A chefe substituta da Vigiagro de São Paulo, Marlene Bichler, falou das principais iniciativas para conter a entrada da PSA no Brasil nos mais de 60 pontos de controle do órgão no País.

Entre as ações está o gerenciamento de risco diário, identificação e envio de lista dos viajantes vindos da República Dominicana e Haiti, seleção de 100% dos passageiros dos dois países, fiscalização das bagagens e auditorias na destinação das apreensões.

O órgão, que faz parte do Ministério da Agricultura, também desenvolve materiais educativos sobre a doença, além de áudios e vídeos para veiculação em voos, aeroportos e portos.

A doença ainda não tem vacina e os cuidados com a biosseguridade devem ser redobrados, avalia Sula Alves, diretora técnica da ABPA. Ela afirmou que a associação fez um mapeamento de riscos e está focando em ações setoriais contra a doença.

“As ações de comunicação buscam a prevenção e a conscientização para todos, inclusive o consumidor, para que saiba o papel dele e a gravidade da peste suína africana. Queremos deixar claro que o setor está atento e fazendo algo a respeito, facilitando a comunicação para todos os envolvidos na cadeia.”

Para Iuri Machado, da CNA, é importante que todos os envolvidos na cadeia da suinocultura tenham conhecimento de tudo que está sendo feito. “Existem outros materiais, mas o mais importante é comunicar a todos da importância que cada um tem para manter nosso País livre da Peste Suína Africana.”

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