
Expectativa é que sinal verde ocorra nos próximos dias, confirmou o Ministro Fávaro, fortalecendo a pauta comercial entre os dois países; protocolo de autorização para exportar pescados para a China pode movimentar até US$ 1 bilhão
O Brasil está prestes a ampliar sua presença no mercado de pescados global com a esperada autorização da China para importação de peixes brasileiros. A confirmação foi dada pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, durante entrevista coletiva nesta quinta-feira (17), após a reunião do grupo de trabalho de agricultura dos Brics, realizada no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
“Estamos na iminência de receber essa autorização nos próximos dias”, afirmou Fávaro, destacando o avanço nas negociações com o governo chinês para abertura do mercado de pescados. O assunto vem sendo abordado pelo Compre Rural pela colunista e especialista no assunto, SORAIA DALL’AGNOL. Segundo ela, as oportunidades para o setor da piscicultura com as exportações são maiores do que se imaginam.
A iniciativa faz parte de uma série de tratativas bilaterais que envolvem não apenas pescados, mas também miúdos suínos, frutas, carnes e subprodutos como os grãos secos de destilaria, derivados do etanol de milho. As reuniões entre representantes dos dois países seguem na próxima terça-feira (22), também em Brasília, com foco em protocolos sanitários e certificações eletrônicas para facilitar o comércio.
Potencial econômico e impacto setorial com autorização para exportar pescados para a China
Segundo fontes ouvidas pela Reuters, o protocolo de exportação de pescados brasileiros à China deverá incluir a pesca extrativa, com expectativa de movimentar até US$ 1 bilhão. Atualmente, o Brasil tem grande volume de produção com potencial subaproveitado para exportação, e o mercado chinês representa uma oportunidade estratégica.
“Esse protocolo está entre os mais avançados. Assim como os miúdos suínos, trata-se de uma abertura muito esperada, com alto potencial de valorização para a indústria nacional”, revelou uma fonte do setor em anonimato.

BRICS fortalecem agenda agrícola sustentável
A aproximação entre Brasil e China se deu no contexto da Reunião Ministerial do Grupo de Trabalho de Agricultura dos Brics, que contou com representantes dos 11 países-membros do bloco. Durante o encontro, foi criado um Diálogo sobre Pesca e Aquicultura Sustentáveis, com foco na valorização de cadeias de valor, inclusão social e práticas sustentáveis.
“O futuro da agricultura está diretamente ligado à capacidade de nossos países de inovar com equidade, produzir com responsabilidade e cooperar com confiança”, declarou Carlos Fávaro na abertura da reunião.
Além do pescado, outros produtos já foram liberados para exportação à China recentemente, como uvas frescas, gergelim e sorgo. A movimentação ocorre em um momento em que o país asiático reestrutura sua matriz de fornecedores, especialmente diante das disputas comerciais com os Estados Unidos e da possível imposição de tarifas sobre a carne suína europeia.
Reconhecimento sanitário e expansão de mercados
Fávaro também mencionou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve receber, em breve, reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) de que o Brasil é livre de febre aftosa sem vacinação — o que abre caminho para exportações de carne para mercados exigentes, como o Japão.
Ao final do evento, o ministro reforçou que o Brasil segue comprometido em liderar iniciativas voltadas à segurança alimentar global e à produção sustentável, dentro e fora do bloco Brics. A expectativa é de que os acordos em negociação com a China sejam oficializados ainda neste semestre.
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