Setor entende que são necessárias mais pesquisas para avaliar impactos das avançadas práticas sustentáveis da cafeicultura em relação às alterações do clima.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) participou, ontem, 26 de janeiro, da Comunidade de Prática (CdP) da fase lll do Projeto Coffee & Climate no país, gerido pela Fundação Neumann do Brasil, que tem como tema “Mudanças Climáticas”.
A CdP tem como objetivo reunir os diferentes atores da cadeia produtiva do café, juntamente com lideranças jovens, mulheres e organizações para debater os desafios e propor soluções aos temas relacionados às mudanças climáticas e seus impactos na cafeicultura.
“O evento proporcionou profícua interação entre os participantes e pesquisadores do tema mudanças climáticas, subsidiando as discussões sobre ações necessárias para proporcionar mais adaptação e resiliência à cafeicultura brasileira”, revela Silvia Pizzol, gestora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Cecafé.
Em palestra, a Dra. Claudine Pereira Dereczynski, do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), contextualizou o 6º Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicado no ano passado, e apresentou resultados de pesquisas que corroboram a tendência de aquecimento em toda a América do Sul até o final do século XXI.
O pesquisador Jurandir Zullo Junior, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), abordou trabalhos científicos que tratam da relação entre agricultura e mudanças climáticas, incluindo seus impactos no zoneamento agroclimático do café no Brasil.
“Após as apresentações e debates, ficou evidente a necessidade da realização de mais pesquisas, integrando equipes multidisciplinares, com o objetivo de avaliar os impactos das avançadas práticas sustentáveis existentes na cafeicultura brasileira na adaptação e resiliência às mudanças climáticas”, analisa Silvia.
Conforme ela, algumas dessas práticas foram avaliadas no Projeto Carbono do Cecafé, como o maior aporte de matéria orgânica e manutenção de cobertura nas entrelinhas do cafeeiro, que geram impactos positivos nas propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, qualidade do ar, armazenamento da água, captura de carbono e promoção da biodiversidade.
“Tais benefícios foram demonstrados cientificamente pela obtenção de um balanço negativo de carbono da ordem de 10,5 toneladas de gás carbônico e equivalentes por hectare ao ano devido à adoção dessas boas práticas agrícolas no café”, pontua.
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Os participantes também discutiram os principais desafios impostos pelas mudanças climáticas e soluções a serem trabalhadas, como a disseminação de práticas de agricultura regenerativa, mais capacitações em gestão da propriedade rural, acesso a instrumentos financeiros para mitigação de riscos, captura de valor pela remoção do carbono da atmosfera, entre outros.
“Esses resultados estão sendo avaliados pela equipe da Fundação Neumann do Brasil e subsidiarão os conteúdos a serem abordados nas próximas etapas da CdP do Projeto Coffee & Climate, que ocorrerão ao longo de 2023”, conclui a gestora do Cecafé.
Fonte: Cecafé
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