Caminhoneiros bloqueiam rodovias em 17 Estados do país

Últimas informações dão conta de mais de 100 manifestações por todo o Brasil já tinham sido registradas pela Polícia Rodoviária Federal

Desde a noite deste domingo (30), após a derrota eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), produtores rurais e caminhoneiros realizam manifestações e interditam rodovias pelo país. Eles pedem a intervenção do Exército.

Um relatório da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com dados até as 12h30, enviado a representantes do setor de transportes e obtido pelo Estadão, indica 111 pontos de protestos em rodovias federais de 17 Estados. São 29 bloqueios totais, 71 interdições, com interrupção parcial do trânsito, e 11 pontos de concentração, com manifestantes fora da rodovia. No balanço, a PRF aponta “populares” como responsáveis pelos atos na maioria dos pontos, enquanto em outros são citados “caminhoneiros” e “movimentos sociais”.

Os Estados em que há protestos nas rodovias, segundo a PRF, são: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Pará, Goiás, São Paulo, Espírito Santo, Amazonas, Roraima, Rio Grande do Norte, Alagoas e Acre.

O coordenador-geral de comunicação da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Cristiano Vasconcellos, afirmou nesta segunda (31) que a ordem do diretor-geral é desobstruir os pontos de bloqueio o mais rápido possível, que nunca houve determinação contrária e que a corporação trabalha para liberar todas as rodovias federais até esta terça (1º).

“Em momento algum nós tivemos determinação para não desmobilização das manifestações. Desde o começo, nós estamos trabalhando incansavelmente para desobstruir todos os pontos com bloqueio nas rodovias federais. E a ordem do nosso diretor-geral é para nós desobstruirmos todos os pontos o mais rápido possível, imediatamente”, disse.

“Mobilizamos mais ainda nosso efetivo para que a gente consiga fazer a desmobilização de todos os pontos. Acreditamos e estamos trabalhando para que amanhã [terça-feira] não tenha mais nenhum local com mobilização”, complementou.

No início da madrugada desta terça, a PRF informou que 132 manifestações haviam sido desfeitas.

A declaração ocorreu após a decisão liminar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes para que o governo adote imediatamente “todas as medidas necessárias e suficientes” para desobstruir as rodovias ocupadas em protesto pelo resultado das eleições.

O ministro determinou ainda que o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, seja afastado das funções e preso em flagrante pelo crime de desobediência caso haja “omissão e inércia” da corporação. A decisão também inclui multa de R$ 100 mil por hora, a partir da meia-noite desta terça-feira.
Questionado sobre os vídeos em que policiais rodoviários afirmam que vão apenas monitorar a situação, Vasconcellos afirmou que, em muitos locais, a fiscalização é feita por apenas dois ou três policiais, e que eles não teriam condições de desmobilizar protestos com cerca de cem pessoas sem reforço. Segundo ele, a conversa se dá, portanto, em um primeiro momento.

“Nós temos muitos quilômetros de rodovias no Brasil, e muitos locais com uma viatura com dois, três policiais, que são os primeiros a chegar no ponto de manifestação. E os pontos de manifestação às vezes estão com 100, 150, 200 manifestantes. Não tem como aqueles policiais agirem naquele momento. Então, eles conversam e solicitam o apoio necessário para realizar a desobstrução.”

bloqueios de rodovias em 17 Estados
Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

Desde a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), incluindo caminhoneiros, fazem bloqueios ou aglomerações em vias de ao menos 20 estados e do Distrito Federal, segundo a PRF. Os manifestantes pedem um golpe.

Moraes afirmou que tem havido “omissão e inércia” da PRF na desobstrução das vias e determinou que também haja atuação das Polícias Militares. O pedido foi feito pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes).

A presidente do STF, ministra Rosa Weber, marcou uma sessão do plenário virtual da corte para referendo da decisão de Moraes nesta terça-feira (1⁰). Até o fim do dia, os 11 ministros decidirão se mantêm ou derrubam a determinação.

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