
A escolha da forrageira/capim certa aumenta a produtividade, melhora a nutrição do rebanho e cavalaria, e garante eficiência no manejo
A escolha do capim é um dos pontos mais estratégicos dentro da pecuária e da equinocultura. A forrageira certa garante mais produção de massa verde, nutrição adequada e melhor aproveitamento da pastagem, impactando diretamente no ganho de peso do gado, na produção de leite e no bem-estar dos cavalos.
No caso dos bovinos, o capim pode representar até 90% da dieta diária, tornando-se o pilar da produtividade. Já os cavalos, com sistema digestivo mais sensível, exigem forrageiras de boa palatabilidade e fibras equilibradas, reduzindo o risco de problemas digestivos como cólicas e laminite.
O que considerar na escolha do capim
Antes de decidir a variedade, o produtor precisa avaliar:
- Clima e solo da região – algumas espécies toleram seca e solos pobres, outras exigem fertilidade e irrigação.
- Finalidade do rebanho – gado de corte, leite ou cavalos de esporte demandam capins diferentes.
- Manejo de pastagem – resistência ao pisoteio e velocidade de rebrota são fatores-chave.
- Valor nutricional – teores de proteína, fibra e digestibilidade.
Essa análise evita desperdícios e garante maior lotação por hectare, redução de custos com suplementação e melhor desempenho animal.
Principais capins no Brasil
- Brachiaria brizantha (Marandu e Xaraés): muito usadas em bovinos, boa produção e tolerância à seca.
- Brachiaria decumbens: resistente, mas com menor valor nutritivo; não recomendada para cavalos.
- Panicum maximum (Mombaça, Tanzânia, Aruana): altíssimo potencial de produção, ótima digestibilidade e excelente opção para gado leiteiro e cavalos.
- Cynodon spp. (Tifton 85 e Coast-cross): campeões para cavalos, digestibilidade muito alta e excelente para fenação.
- Capim-elefante (Pennisetum purpureum): indicado para corte no cocho, com altíssima produção de massa verde.
Comparativo dos principais capins
Capim | Indicado para | Produção de massa | Proteína (%) | Digestibilidade | Resistência à seca | Uso em cavalos |
---|---|---|---|---|---|---|
Marandu (Brachiaria) | Corte e leite | Alta | 9–12 | Média | Alta | Razoável |
Xaraés (Brachiaria) | Corte e leite | Alta | 10–13 | Média/Alta | Média | Moderado |
Decumbens | Corte | Média | 7–9 | Baixa | Alta | Não recomendado |
Mombaça (Panicum) | Corte e leite | Muito alta | 12–16 | Alta | Média | Bom |
Tanzânia (Panicum) | Corte e leite | Muito alta | 11–14 | Alta | Média | Bom |
Aruana (Panicum) | Cavalos e corte leve | Média/Alta | 12–15 | Alta | Média | Excelente |
Tifton 85 (Cynodon) | Cavalos e leite | Média | 12–16 | Muito alta | Média | Excelente |
Coast-cross (Cynodon) | Cavalos | Média | 11–14 | Muito alta | Média | Excelente |
Capim-elefante | Corte intensivo | Muito alta | 8–12 | Média | Alta | Razoável |
👉 Resumo prático:
- Para gado de corte: Marandu, Xaraés e Mombaça.
- Para gado leiteiro: Mombaça, Tanzânia e Tifton 85.
- Para cavalos: Tifton 85, Coast-cross e Aruana, por serem mais digestíveis e seguros.
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