Carga de soja com fezes e roedores mortos vira fertilizante orgânico

Cerca de 7 mil toneladas de soja e farelo, apreendidas no Porto de Paranaguá em condições sanitárias precárias, estão sendo transformadas em adubo orgânico.

Auditores fiscais federais agropecuários realizaram uma operação especial para dar destinação a uma carga de soja e farelo de soja com indícios de adulteração intencional, que apresentava fezes de aves e roedores mortos. Aproximadamente 7 mil toneladas do produto, apreendidas em abril, estão sendo convertidas em adubo orgânico. O processo envolve cerca de 150 viagens de caminhões bi-trem até uma unidade de compostagem em Araras (SP) e é acompanhado por engenheiros agrônomos, zootecnistas e médicos veterinários, que asseguram a destinação correta e segura do material.

Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), a apreensão ocorreu no Porto de Paranaguá (PR). Entre as irregularidades constatadas estavam a presença de areia, sinais de adulteração proposital e condições sanitárias inadequadas, como acúmulo de produto sem separação, poças de água, restos de animais e ausência de rastreabilidade documental.

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Pela gravidade do caso, foi necessária uma fiscalização detalhada e a adoção de medidas para evitar riscos à cadeia produtiva e à saúde pública. Embora a destinação já esteja em andamento por decisão judicial, o processo segue em tramitação na 13ª Vara Federal de Curitiba, com investigações em curso para identificar os responsáveis.

O diretor de Política Profissional do Anffa Sindical, Henrique Pedro Dias, acompanhou a operação de transformação do material em fertilizante. Ele destacou que a iniciativa busca coibir fraudes, proteger as relações de consumo e assegurar a qualidade do produto brasileiro destinado à exportação. A conversão em adubo orgânico se tornou a solução viável diante da impossibilidade de destinar a carga ao consumo interno ou externo.

Carga de soja com fezes e roedores mortos vira fertilizante orgânico
Engenheiros agrônomos, zootecnistas e médicos veterinários participaram da operação, entre eles, o diretor do Anffa Sindical (Foto: Anffa Sindical)

Segundo o auditor, a atuação do Vigifronteiras tem como foco combater o trânsito e o comércio de produtos clandestinos que não atendem às normas, em articulação com outros órgãos. “O trabalho envolve não apenas questões de consumo, mas também ambientais, comerciais e tributárias, fornecendo subsídios à Receita Federal e às forças policiais. Operações como essa costumam resultar em mandados de busca, apreensão e prisão, ultrapassando o campo administrativo e alcançando também as esferas criminal, civil e outras relacionadas a crimes”, ressaltou.

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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