Carne bovina do Sul será a primeira a ser exportada ao mercado japonês

Estados do Sul abrem caminho para o Brasil em um dos mercados mais exigentes e lucrativos do mundo; O Japão é o terceiro maior importador global de carne bovina, adquirindo mais de 700 mil toneladas por ano, das quais 80% vêm dos Estados Unidos e da Austrália.

A abertura do mercado japonês para a carne bovina brasileira, um objetivo perseguido há mais de duas décadas pelo agronegócio nacional, está prestes a se concretizar e terá início pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, ou seja, a carne bovina do Sul será a primeira a ser exportada ao mercado japonês. Esses três estados foram pioneiros na conquista do status de área livre de febre aftosa sem vacinação, título que só foi estendido a todo o território brasileiro no fim de maio deste ano. A informação provém de reportagem da CNN Brasil.

Estados do Sul abrem caminho para o Brasil em um dos mercados mais exigentes e lucrativos do mundo; O Japão é o terceiro maior importador global de carne bovina, adquirindo mais de 700 mil toneladas por ano, das quais 80% vêm dos Estados Unidos e da Austrália.

Rigor sanitário e etapas de aprovação

O Japão é reconhecido como um dos mercados mais rigorosos do mundo em termos de exigências sanitárias. Para permitir a entrada da carne bovina brasileira, o país asiático exige um processo composto por 12 etapas, que já se estende por mais de 20 anos. Uma dessas fases — considerada a mais importante — já foi cumprida: as auditorias nas plantas frigoríficas e sistemas sanitários dos três estados do Sul.

Segundo fontes do governo brasileiro, as autoridades japonesas devem apresentar em breve o relatório de aprovação, passo essencial para que os embarques sejam autorizados.

Estratégia gradual para todo o país

A escolha de iniciar pelas unidades da federação que já possuíam o selo de livre de aftosa sem vacinação à época do avanço das negociações, em março, foi estratégica. Por isso, carne bovina do Sul será a primeira a ser exportada ao mercado japonês e, segundo as autoridades, um pedido de habilitação para todo o território nacional de imediato poderia atrasar o processo, exigindo a repetição de etapas já cumpridas.

O objetivo é habilitar o Sul primeiro e, posteriormente, incluir o restante do Brasil, agora que todo o país possui a certificação.

Potencial de mercado e impactos econômicos

O Japão é o terceiro maior importador global de carne bovina, adquirindo mais de 700 mil toneladas por ano, das quais 80% vêm dos Estados Unidos e da Austrália. Para o Brasil, a entrada nesse mercado representa diversificação de destinos, especialmente após a imposição de tarifas adicionais pelos Estados Unidos no chamado tarifaço do governo Donald Trump.

carne bovina do Sul
Foto: TP

Em 2024, o comércio bilateral entre Brasil e Japão movimentou US$ 11 bilhões, mas, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há espaço para recuperar ao menos US$ 6 bilhões, retomando patamares já registrados no passado.

Missão oficial e próximos passos

Para acelerar as tratativas, uma comitiva do governo federal desembarcou no Japão no dia 11 de agosto, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Luis Rua. A missão inclui reuniões com autoridades japonesas para acompanhar de perto o andamento dos trâmites regulatórios.

Além da carne bovina, o Brasil também busca expandir as exportações de carne suína e outros produtos de origem vegetal para o mercado japonês, ampliando a pauta comercial.

Carne bovina do Sul será a primeira a ser exportada ao mercado japonês

Com as negociações avançadas e o histórico positivo das auditorias, há boas expectativas de que os primeiros embarques do Sul ocorram ainda este ano. Caso se confirmem, eles marcarão não apenas uma vitória diplomática e sanitária para o Brasil, mas também abrirão portas para novos ganhos econômicos e fortalecimento da imagem da carne brasileira no cenário internacional.

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